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Refém das Farc é recebido por missão humanitária

Sargento colombiano Pablo Emilio Moncayo (direita) foi recebido por seu pai Gustavo Moncayo depois de 12 anos sequestrado | Reuters
Sargento colombiano Pablo Emilio Moncayo (direita) foi recebido por seu pai Gustavo Moncayo depois de 12 anos sequestrado (Foto: Reuters)
Sargento Pablo Emilio Moncayo foi libertado pelas Farc depois de 12 anos sequestrado. Imagem da rede de televisão Telesur, da Venezuela, mostram o militar antes de ser entregue |

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Sargento Pablo Emilio Moncayo foi libertado pelas Farc depois de 12 anos sequestrado. Imagem da rede de televisão Telesur, da Venezuela, mostram o militar antes de ser entregue

Primeiro refém liberado pelas Farc, José Daniel Calvo, é recebido pela família no aeroporto de Villavicencio |

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Primeiro refém liberado pelas Farc, José Daniel Calvo, é recebido pela família no aeroporto de Villavicencio

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Rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertaram nesta terça-feira um soldado colombiano mantido refém há mais de 12 anos e símbolo daqueles deixados para trás na guerra contra a insurgência mais antiga da América Latina.

Um helicóptero militar brasileiro operado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) transportou Pablo Emilio Moncayo da selva ao sul da Colômbia a um aeroporto civil em Florência, a 370 quilômetros da capital, Bogotá.

Ele estava sorrindo, uniformizado e com aparência boa ao ser saudado por sua família no aeroporto.

Moncayo, agora com 32 anos, era um adolescente quando foi sequestrado por guerrilheiros que invadiram sua base de comunicações do Exército, em 1997, e o levaram à selva. Ele foi visto apenas algumas vezes em vídeos feitos pelas Farc durante seu sequestro.

"Após mais de 12 anos em cativeiro, o sargento Pablo Emilio Moncayo foi entregue nesta tarde", disse o CICV em comunicado.

A entrega de Moncayo aconteceu depois que a guerrilha, considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, libertou no domingo o soldado Josué Daniel Calvo, sequestrado havia mais de 11 meses.

A emissora Telesur, sediada na Venezuela e que tinha uma câmera no local, mostrou imagens de Moncayo sorridente caminhando ao lado da senadora colombiana Piedad Córdoba, que viajou com o CICV e negociou outras libertações de reféns no passado.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também já dialogou com as Farc sobre a libertação de sequestrados, mas autoridades colombianas dizem que os rebeldes das Farc se refugiam no país vizinho.

Esperança para reféns

O governo colombiano protestou contra a presença de jornalistas da Telesur durante a libertação do refém e exigiu explicações.

"O governo nacional rejeita que qualquer meio de comunicação, como a Telesur, se preste a fazer propaganda de um grupo terrorista e sequestrador como as Farc. Esse meio de comunicação deve explicar ao país porque estava num ponto do território colombiano em companhia dos guerrilheiros das Farc", disse o alto comissário para a paz do governo colombiano, Frank Pearl.

A guerrilha anunciou que não vai entregar os restos mortais do policial Julián Ernesto Guevara, que morreu em cativeiro, argumentando que há intensas operações militares no local onde foi sepultado. Essa versão não é aceita pelo governo.

Após a libertação de Moncayo, que as Farc classificam como um ato unilateral de paz, seguirão em poder dos guerrilheiros 22 membros do Exército e da polícia que os rebeldes querem trocar por centenas de guerrilheiros presos pelo governo por meio de um acordo humanitário.

Para o governo colombiano, as entregas unilaterais e graduais são uma estratégia da guerrilha para tentar ganhar protagonismo político antes das eleições presidenciais e para tentar limpar a imagem da guerrilha vinculada ao crime organizado.

As Farc anunciaram em abril do ano passado a entrega dos reféns, mas a soltura não ocorreu como planejado pelas exigências do presidente Álvaro Uribe e da guerrilha.

Inicialmente, Uribe exigiu que as Farc libertassem de forma simultânea todos os militares, mas depois aceitou a liberação gradual e autorizou a senadora Córdoba, a Igreja e a Cruz Vermelha a formar uma missão humanitária.

O Brasil, que no começo de 2009 participou da entrega de outros seis reféns, aceitou de novo atuar como facilitador com os helicópteros e as tripulações para receber os dois militares, depois que a guerrilha aceitou as garantias de segurança apresentadas pelo governo.

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