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Crise energética

Refém do gás russo, Berlim faz “apagão” em monumentos públicos

Catedral de Berlim com iluminação reduzida
Catedral de Berlim já com iluminação reduzida no dia 27 de julho de 2022. (Foto: EFE / EPA / CLEMENS BILAN)

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A capital da Alemanha está mais escura à noite. Apagou as luzes de pontos turísticos como a Ópera Estatal, o Palácio de Charlottenburg, a estátua de Frederico II montado em um cavalo e a Catedral de Berlim. O apagão afeta 200 locais e cerca de 1400 projetores e refletores. Em uma crise energética desde que fechou reatores nucleares por influência do ambientalismo, o país é refém de Putin e seu controle sobre o gás natural que socorre o país quando a energia de fontes eólica e solar, muito instáveis, não dá conta do recado. A Gazprom, gigante russa que fornece o gás, reduzirá pela metade o fornecimento, justificando-se com problemas em turbinas.

Hanover, mais ao norte, iniciou um programa para economizar no consumo de energia na última quarta (27). Não há mais água quente banheiros de prédios públicos e quadras de esporte, o aquecimento nas escolas será regulado mais de perto e as fontes públicas foram desligadas. O prefeito Belit Onay diz que está “tentando se preparar da melhor forma possível” para a possibilidade de uma escassez maior, priorizando asilos e clínicas. “A situação é imprevisível, como os últimos dias mostraram. Todo kilowatt-hora economizado protege nosso estoque de gás”, disse ele em coletiva de imprensa. Hanover foi a primeira grande cidade alemã a lançar um plano do tipo.

Ao anunciar o apagão, Bettina Jarasch, senadora do meio-ambiente em Berlim, disse que “em face da guerra na Ucrânia e as ameaças da Rússia sobre a energia, é vital que usemos a nossa energia da forma mais cuidadosa possível”. O desligamento das lâmpadas públicas levará semanas, por seu número. Jarasch explicou que inicialmente não haverá economia de recursos por causa do gasto com a mão de obra, mas depois estima uma economia de 40 mil dólares por ano — se é que a medida durará tanto tempo.

A União Europeia pediu a seus 27 Estados membros na semana passada que economizem em seu consumo de gás natural, de preferência cortando em até 15% nos próximos meses. A França, que está socorrendo a Alemanha e o resto da Europa continental por não ter embarcado nas medidas antinucleares do ambientalismo, pode também começar a falhar nesse socorro. Com a aproximação do inverno no hemisfério norte, Paris está cada vez mais preocupada. A estatal Electricité de France S/A dispõe de 57 reatores, mas só pode manter ligados 26 deles após a descoberta de rachaduras em tubulação de mais da metade deles.

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