Uma mulher que está entre os 22 sul-coreanos seqüestrados pelo Talibã no Afeganistão, identificada como Yo Syun Ju, pediu ajuda, nesta quinta-feira, por telefone, para ser libertada e disse que todos no grupo "estão doentes e têm problemas". Em entrevista à rede de televisão britânica BBC, na presença dos rebeldes, ela contou que o grupo de missionários religiosos está "em dificuldades". Os rebeldes estenderam mais uma vez o prazo para que suas exigências sejam cumpridas. Agora, o grupo ameaça matar os reféns às 4h30m desta sexta-feira (horário de Brasília).
- Digam a eles (as autoridades) que façam algo para nos libertar - disse Syun Ju.
A refém, que diz ser de Seul, descreveu sua situação como "perigosa" e destacou que, "dia-a-dia, a coisa está ficando muito difícil".
- Queremos que os coreanos, a ONU e ativistas de direitos humanos façam nossa troca (por rebeldes do Talibã presos) - disse ela.
O grupo de 23 missionários religiosos sul-coreanos foi seqüestrado na quinta-feira da semana passada, e um deles foi morto a tiros na quarta-feira. A vítima foi identificada como o pastor protestante Bae Hyung-kyu, de 42 anos, que liderava o grupo sul-coreano, enviado numa missão humanitária ao Afeganistão por um igreja de seu país.
Exigências não são consenso entre os rebeldes
O Talibã pressiona a Coréia do Sul a tirar suas tropas do Afeganistão, com quem tenta negociar a libertação de oito rebeldes presos. Os dois países não aceitam as exigências, mas intensificaram as negociações nesta quinta-feira.
Uma fonte dos negociadores informou que há três grupos de rebeldes entre os seqüestradores, e que não há consenso entre eles sobre as exigências para libertar os reféns. Guerrilheiros das províncias Kandahar e Helmand querem apenas a troca de reféns por presos do Talibã, enquanto outros dois grupos aceitam apenas um pagamento de resgate, opção que o governo afegão tenta concretizar.
Já o governo da Coréia do Sul informou que vai retirar suas tropas no fim deste ano, conforme previsto. O país mandou um enviado seu ao Afeganistão, na quinta-feira, a fim de intensificar os esforços para libertar os missionários. A decisão sobre o envio do representante surgiu depois de os rebeldes terem matado o líder do grupo religioso.
Os reféns, seqüestrados na quinta-feira, pertencem à igreja Saemmul da cidade sul coreana de Bundang, a maioria na faixa de idade dos 20 aos 30 anos, incluindo enfermeiras e professores de inglês, seqüestrados na província oriental de Ghazni na quinta-feira. No fim de semana, os parentes dos seqüestrados reuniram-se para rezar em Seul. Eles também saíram às ruas com velas para pedir a libertação dos reféns.
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