Penitenciária de Cuenca voltou ao funcionamento normal: rebeliões teriam sido resposta a operações para apreensão de armas e transferências de lideranças criminosas| Foto: EFE/Robert Puglla
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Os 57 reféns das várias rebeliões em seis presídios do Equador que eclodiram ontem foram libertados nesta sexta-feira (1º) e estão em boas condições, de acordo com autoridades do país.

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Embora o governo equatoriano tenha informado inicialmente na quinta-feira que 50 agentes penitenciários e sete policiais haviam sido retidos à força na penitenciária de Cuenca, o órgão estatal responsável pelos complexos penais afirmou que o número se referia na verdade a seis presídios onde houve rebeliões.

O Serviço Nacional de Atenção Integral a Pessoas Privadas da Liberdade (SNAI), departamento estatal encarregado de controlar e administrar as 35 penitenciárias do Equador, informou em comunicado que todos os reféns libertados estão “em bom estado de saúde”.

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“No momento, as atividades administrativas estão acontecendo normalmente nos centros”, explicou o SNAI, que deu poucas informações oficiais durante a crise carcerária.

A libertação dos reféns mantidos na prisão de Cuenca, o maior motim entre os seis, ocorreu na quinta-feira à noite, de acordo com a imprensa local, mas as autoridades só confirmaram os fatos na tarde desta sexta-feira.

Na manhã de hoje, a prisão de Cuenca parecia funcionar normalmente, com a polícia posicionada em seu perímetro externo e sem a presença dos 400 soldados que também estavam no local nos dois dias anteriores, segundo a Agência EFE pôde comprovar.

Algumas das outras prisões onde foram registrados distúrbios foram as de Machala e Azogues, além de Virgilio Guerrero, um centro correcional juvenil em Quito, onde adolescentes também tentaram se amotinar e atearam fogo em um dos setores da unidade.

Essa série de tumultos começou na terça-feira, como uma resposta da gangue criminosa Los Lobos contra uma intervenção da polícia e das Forças Armadas na prisão de Latacunga para apreender armas e, aparentemente, também em protesto contra uma série de transferências de prisioneiros.

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De acordo com uma fonte não oficial consultada pela EFE, entre as transferências de prisioneiros estava a de Luis Alfredo Arboleda, o “Gordo Luis”, líder de Los Lobos recentemente capturado na Colômbia e que foi transferido da prisão de Latacunga, localizada na província de Cotopaxi, a cerca de 70 quilômetros de Quito, para o presídio de segurança máxima de La Roca, dentro do complexo penitenciário de Guayaquil.

A intervenção em Latacunga fez parte das operações que a polícia e as Forças Armadas vêm realizando nas últimas semanas para desarmar as gangues de criminosos que controlam as prisões internamente e que mataram mais de 400 detentos desde 2020 em uma série de massacres devido a confrontos entre eles.

Na prisão de Latacunga, policiais e militares encontraram 49 armas brancas e dois coletes à prova de balas, enquanto em operações anteriores realizadas no complexo carcerário de Guayas, com cinco prisões e que abriga cerca de 12,3 mil detentos, foi encontrado um arsenal de armas de guerra composto por fuzis, granadas, lançadores de granadas e explosivos.

Paralelamente aos motins, houve também a detonação de cinco carros-bomba e outras explosões em diferentes partes do país, incluindo duas na capital, Quito, em frente a prédios ligados ao SNAI.

Essa situação de violência nas prisões também se espalhou pelas ruas, fazendo com que o país registrasse em cinco anos um aumento de 5,8 para 25,32 homicídios intencionais por cada 100 mil habitantes em 2022, o número mais alto de sua história, com assassinatos recorrentes que têm como alvo políticos, juízes e promotores, incluindo o candidato à presidência Fernando Villavicencio.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]