Helicópteros franceses chegam em uma base aérea em Bamaco, a capital do Mali, para reforçar combate a rebeldes islâmicos que dominam o norte do país africano| Foto: Joe Penney/Reuters

Como foi o incidente

Sequestro de funcionários de campo de gás agravou conflito no norte da África.

Um ônibus com funcionários a caminho do aeroporto de In Amenas foi atacado a 3 km do campo de exploração de gás às 5h locais, na quarta-feira.

A escolta do ônibus repeliu os militantes. Um britânico e um argelino morreram, e seis ficaram feridos.

Viajando em ao menos três veículos, os militantes foram às instalações, onde tomaram 41 reféns estrangeiros nos alojamentos.

Exército argelino, com reforço de helicópteros, cercou o local.

Munidos de lançadores de granada, os militantes colocaram minas nos entornos da instalação.

Exército argelino atacou ontem os militantes; número de mortos é controverso.

Número de sequestrados

Noruega – 12 funcionários da Statoil, diz a empresa

EUA – Sete americanos, de acordo com militantes

Reino Unido – "Vários" britânicos, segundo o governo

Japão – Ao menos três, noticiados pela mídia japonesa

Malásia – Dois malaios, afirma o governo

Irlanda – Um irlandês estava refém, mas foi solto, diz o governo

França – Há reféns franceses, diz o presidente François Hollande

Romênia – Chancelaria romena afirma que há romenos, mas não diz o número

Fontes: agências de notícias, ANI, Al Jazeera, Guardian, BBC

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Imagem do campo de gás tomado por radicais islâmicos
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O Exército da Argélia atacou ontem de surpresa o complexo de exploração de gás em que militantes islamitas mantinham 41 estrangeiros reféns e um número de argelinos que, segundo alguns relatos, poderia chegar a 600.

A ação no isolado campo de In Amenas, na fronteira entre Argélia e Líbia, resultou na morte de um número incerto de reféns e militantes.

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A agência de notícias Reuters, citando fontes no governo argelino, afirma que pelo menos sete reféns estrangeiros foram mortos.

Mas uma agência de notícias da Mauritânia, que diz ter contato com os terroristas, colocou a cifra em 34 estrangeiros mortos e afirma ainda que 15 militantes morreram.

Entre os reféns havia americanos, noruegueses, britânicos e japoneses, entre outras nacionalidades.

Não havia confirmação ontem de argelinos mortos. Segundo o governo da Argélia, a operação de retomada do campo foi concluída. A ação foi recebida com críticas por governos de países com reféns.

O Reino Unido reclamou de não ter sido avisado da operação. "Os argelinos sabem que preferíamos ter sido consultados com antecedência", afirmou o porta-voz do primeiro ministro, David Cameron.

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O Japão criticou a Argélia, pedindo que a operação militar fosse interrompida "imediatamente". O governo americano disse que pediria "esclarecimentos" ao governo.

Segundo um porta-voz dos militantes, entre os islamitas mortos pelo ataque está Abu al Barra, líder da operação.

Alvo

A crise foi iniciada quando os militantes do grupo Signatários por Sangue, que se diz ligado à rede terrorista Al-Qaeda, atacaram o campo de exploração de gás, na quarta-fefira, dizendo ser uma represália ao ataque francês contra islamitas que controlam o norte do vizinho Mali.

O governo argelino teria virado alvo porque autorizou o uso de seu espaço aéreo pela França.

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Militantes já haviam alertado sobre ataques terroristas, e grandes cidades da França entraram em estado de alerta máximo.

CombatesFranceses cercam cidade no Mali e esperam reforço

Soldados franceses cercaram ontem a cidade de Diabaly, no Mali, mantendo presos rebeldes islamistas que a tomaram três dias atrás, enquanto uma força militar da África Ocidental se dirigia à região.

Os franceses hesitaram sobre lançar um ataque total à cidade, já que os rebeldes ligados à Al-Qaeda haviam se refugiado nas casas de civis.

O presidente francês, François Hollande, ordenou a intervenção na ex-colônia francesa temendo que os islamistas que tinham dominado o norte pudessem transformar a região em um "Estado terrorista", o que representaria uma ameaça além de suas fronteiras. Eles permanecerão até que a estabilidade retorne, disse Hollande.

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Execução

O grupo radical islâmico Al-Shabaab, ligado à rede terrorista Al-Qaeda, afirmou ontem que matou o agente do serviço secreto francês Denis Allex, sequestrado pelo grupo em 2009 na Somália. A morte foi anunciada cinco dias após uma operação frustrada de resgate.

Em mensagem no microblog Twitter, os militantes dizem que ele foi morto na quarta-feira, às 19h30 locais (14h30 em Brasília). Os extremistas declararam que a decisão de matar Allex foi unânime.