O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no domingo que a sua recente decisão de enviar 30 mil soldados adicionais para o Afeganistão foi a mais difícil do seu mandato, e que dentro de um ano vai ficar claro se a estratégia funciona.
Em entrevista à rede CBS, Obama disse discordar de analistas que criticaram o tom supostamente professoral e frio do discurso em que anunciou o envio dos reforços, no último dia 1o de dezembro.
"Foi na verdade provavelmente o discurso mais emotivo que já fiz, em termos de como me sentia a respeito", disse Obama. "Porque eu estava olhando sobre um grupo de cadetes (na Academia Militar de West Point), alguns dos quais serão mobilizados para o Afeganistão. E potencialmente alguns podem não voltar. Não há um discurso que eu tenha feito que tenha me atingido as entranhas como esse."
Questionado sobre se o envio de reforços foi o momento mais difícil do seu mandato, iniciado em janeiro, ele respondeu que "absolutamente" sim.
Os reforços eram rejeitados por parte do seu Partido Democrata, mas atendiam parcialmente a pedidos do general Stanley McChrystal, comandante das forças dos EUA no Afeganistão, que enfrenta o recrudescimento da insurgência da milícia islâmica Taliban.
Na entrevista de domingo, Obama repetiu a meta de começar a retirar tropas do Afeganistão em julho de 2011, mas salientou que se trata do início de um período de transição, e que a desocupação será gradual.
A data anunciada, segundo Obama, serve para sinalizar ao povo afegão que a presença dos EUA não é ilimitada. "Acho que há no Afeganistão elementos que ficariam perfeitamente satisfeitos em transformar o Afeganistão em um protetorado permanente dos EUA - no qual eles arcariam com o ônus", afirmou o presidente, ressalvando que esse nunca foi o objetivo dos EUA em oito anos de conflito.
Por outro lado, Obama disse que dentro de um ano pode alterar novamente a estratégia, caso a atual não esteja funcionando.
"Acho que saberemos até o final de dezembro de 2010 se a abordagem que o general McChrystal discutiu em termos de dar segurança aos centros populacionais está ou não atendendo seus objetivos", disse. "Se a abordagem recomendada não funciona, então, sim, vamos mudar as abordagens", acrescentou.
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