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1 ano de Obama

Reforma da saúde divide opiniões nos EUA

Obama faz reunião municipal em Ohio: fama de líder professoral, mas com pouca empatia | Saul Loeb/AFP
Obama faz reunião municipal em Ohio: fama de líder professoral, mas com pouca empatia (Foto: Saul Loeb/AFP)

Durante a campanha eleitoral, uma das principais promessas do atual presidente dos EUA, Barack Obama, era reformar o sistema de saúde do país, que atualmente não garante assistência médica a todos os norte-americanos e é am­­plamente dependente do setor privado. No primeiro ano de go­­verno, Obama tornou a questão uma prioridade doméstica e conseguiu que o Congresso elaborasse propostas para ampliar o acesso à saúde. Essas propostas, no entanto, dividem legisladores da base governista e precisarão ser aprovadas em meio a um declínio no poder político e na popularidade do Partido Democrata nos EUA.

Diferentemente dos países industrializados europeus e até mesmo do Brasil, os EUA não têm um sistema de saúde universal – que garante o tratamento médico para todos os cidadãos. Os norte-americanos dependem de planos de seguro-saúde privados, oferecidos geralmente pelas empresas em que trabalham, e de alguns programas de governo que proporcionam atendimento mé­­dico a grupos específicos, como idosos, militares e a população de baixa renda.

"No país mais rico do mundo, da história do mundo, há uma situação em que parte da população está sem um sistema de saúde público e o custo da saúde também está muito alto. Por causa disso, chegou-se a uma situação de crise", segundo Sean Purdy, professor de história dos EUA da Uni­versidade de São Paulo (USP).

Os dados mais recentes do go­­verno dos EUA mostram que, em 2008, aproximadamente 46 mi­­lhões de pessoas – ou 15% da po­­pulação do país – não contavam com qualquer tipo de seguro-saúde. O mesmo relatório mostrou que 58,5% dos norte-americanos possuíam o benefício por conta de planos de saúde privados oferecidos pelas empresas em que trabalhavam.

Para tornar a saúde acessível a todos, os deputados do país propõem a criação de um seguro-saúde estatal como alternativa aos seguros oferecidos por empresas privadas – ideia defendida por Obama durante a campanha para a presidência –, com custo estimado superior a US$ 1 trilhão ao longo de dez anos e proporcionará cobertura médica para 36 milhões de norte-americanos que não possuem este tipo de benefício.

Já a proposta dos senadores custaria mais barato aos cofres públicos – US$ 871 bilhões –, mas des­carta a opção do seguro-saúde es­­tatal e deve ampliar a base de norte-americanos com cobertura mé­­dica em 31 milhões de pessoas.

O embate trouxe consequências para o governo do democrata. A primeira delas é o declínio na popularidade da administração democrata. A taxa de aprovação de Obama, que um dia após a posse estava em 68%, caiu para 50% um ano depois, de acordo com dados da Gallup. A insatisfação dos eleitores foi evidenciada na última quarta-feira, quando o republicano Scott Brown venceu a eleição para senador do estado de Massachusetts, passando a ocupar a vaga que antes pertencia ao de­­mocrata Edward Kennedy, morto em agosto do ano passado. Com isso, o Partido Democrata manteve a maioria absoluta no Senado, mas não a necessária para impedir ações protelatórias da oposição.

"Acho que isso começa a evidenciar que Obama é um presidente de um mandato só. Houve o ápice da Obamania e agora há o reconhecimento de que a figura messiânica do presidente começa a sofrer um desgaste, porque ele não conseguiu implantar coisas que havia prometido", disse Freitas.* * * * *

Interatividade

Barack Obama tem feito um governo melhor que o de George W. Bush ou é "mais do mesmo"?

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