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Obama faz reunião municipal em Ohio: fama de líder professoral, mas com pouca empatia | Saul Loeb/AFP
Obama faz reunião municipal em Ohio: fama de líder professoral, mas com pouca empatia| Foto: Saul Loeb/AFP

Dez lições sobre o presidente

Após um ano de reações a bombardeios da oposição e desafios políticos, militares e econômicos, o presidente dos EUA já revela todo seu estilo. A correspondente da Associated Press na casa Branca Jennifer Loven enumerou dez marcas registradas de Barack Obama:

1 Ele evita o confronto, escolhendo, no caso da reforma do sistema de saúde e em outros, apenas objetivos políticos amplos e deixando de fora questões específicas até um momento posterior do processo.

2 A primeira reação de Obama não é sempre a melhor. Muitas vezes ele subestima questões que explodirão mais tarde.

3 Ele prefere não reagir imediatamente. Obama não age por impulso, mas a partir de dados. Ele coleta todos os fatos e pontos de vista.

4 Ele não é carismático. Ele é caloroso em reuniões privadas, mas em público assume um tom frio.

5 Ele se dá bem no trabalho. Os mais próximos dizem que ele não está perturbado com o posto mais importante do mundo.

6 Ele prefere a franqueza e o remorso ao otimismo radiante.

7 Ele gosta de ensinar. Seja em discursos sobre suas políticas ou sobre a guerra afegã, ele frequentemente parece mais preocupado em educar que em persuadir.

8 Ele tem apetite pela arte de negociar. Obama tem se mostrado um mediador entusiasmado, tanto em casa quanto no exterior.

9 Ele é tanto um falcão quanto um cordeiro. Obama em grande parte abandonou a frase "guerra ao terror". Mas está expandindo a guerra no Afeganistão e elabora um pacote mais duro de sanções contra o Irã.

10 O assédio e a fama o incomodam. Agora, Obama passa mais tempo com Michelle e com as duas filhas do casal do que quando ele entrou na política, há 12 anos. Isso quando ele não viaja. Obama foi mais ao exterior do que qualquer outro presidente no primeiro ano de mandato.

Fonte: Agência Estado

Durante a campanha eleitoral, uma das principais promessas do atual presidente dos EUA, Barack Obama, era reformar o sistema de saúde do país, que atualmente não garante assistência médica a todos os norte-americanos e é am­­plamente dependente do setor privado. No primeiro ano de go­­verno, Obama tornou a questão uma prioridade doméstica e conseguiu que o Congresso elaborasse propostas para ampliar o acesso à saúde. Essas propostas, no entanto, dividem legisladores da base governista e precisarão ser aprovadas em meio a um declínio no poder político e na popularidade do Partido Democrata nos EUA.

Diferentemente dos países industrializados europeus e até mesmo do Brasil, os EUA não têm um sistema de saúde universal – que garante o tratamento médico para todos os cidadãos. Os norte-americanos dependem de planos de seguro-saúde privados, oferecidos geralmente pelas empresas em que trabalham, e de alguns programas de governo que proporcionam atendimento mé­­dico a grupos específicos, como idosos, militares e a população de baixa renda.

"No país mais rico do mundo, da história do mundo, há uma situação em que parte da população está sem um sistema de saúde público e o custo da saúde também está muito alto. Por causa disso, chegou-se a uma situação de crise", segundo Sean Purdy, professor de história dos EUA da Uni­versidade de São Paulo (USP).

Os dados mais recentes do go­­verno dos EUA mostram que, em 2008, aproximadamente 46 mi­­lhões de pessoas – ou 15% da po­­pulação do país – não contavam com qualquer tipo de seguro-saúde. O mesmo relatório mostrou que 58,5% dos norte-americanos possuíam o benefício por conta de planos de saúde privados oferecidos pelas empresas em que trabalhavam.

Para tornar a saúde acessível a todos, os deputados do país propõem a criação de um seguro-saúde estatal como alternativa aos seguros oferecidos por empresas privadas – ideia defendida por Obama durante a campanha para a presidência –, com custo estimado superior a US$ 1 trilhão ao longo de dez anos e proporcionará cobertura médica para 36 milhões de norte-americanos que não possuem este tipo de benefício.

Já a proposta dos senadores custaria mais barato aos cofres públicos – US$ 871 bilhões –, mas des­carta a opção do seguro-saúde es­­tatal e deve ampliar a base de norte-americanos com cobertura mé­­dica em 31 milhões de pessoas.

O embate trouxe consequências para o governo do democrata. A primeira delas é o declínio na popularidade da administração democrata. A taxa de aprovação de Obama, que um dia após a posse estava em 68%, caiu para 50% um ano depois, de acordo com dados da Gallup. A insatisfação dos eleitores foi evidenciada na última quarta-feira, quando o republicano Scott Brown venceu a eleição para senador do estado de Massachusetts, passando a ocupar a vaga que antes pertencia ao de­­mocrata Edward Kennedy, morto em agosto do ano passado. Com isso, o Partido Democrata manteve a maioria absoluta no Senado, mas não a necessária para impedir ações protelatórias da oposição.

"Acho que isso começa a evidenciar que Obama é um presidente de um mandato só. Houve o ápice da Obamania e agora há o reconhecimento de que a figura messiânica do presidente começa a sofrer um desgaste, porque ele não conseguiu implantar coisas que havia prometido", disse Freitas.* * * * *

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Barack Obama tem feito um governo melhor que o de George W. Bush ou é "mais do mesmo"?

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