Cerca de 5 mil refugiados da Costa do Marfim que fugiram para o Togo após a onda de violência pós-eleitoral que atingiu o país entre dezembro de 2010 e abril de 2011, poderão retornar de forma voluntária, conforme acordo assinado pelas duas nações com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
O documento foi assinado nesta quarta durante a visita do presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara ao Togo, e dá livre acesso à repatriação voluntária de refugiados, informaram as autoridades da Costa do Marfim e togolesas.
Pelos dados do Acnur, Togo acolhe 5.066 refugiados marfinenses, dos quais 2.791 vivem em acampamentos da ONU e 2.275 vivem com parentes.
O próprio Ouattara conversou nesta terça com refugiados e os encorajou a retornar a Costa do Marfim garantindo que a reconciliação nacional já começou.
"É hora de voltar e começar a trabalhar. A Costa do Marfim está trabalhando e a reconciliação também está em andamento", disse Ouattara.
Em nome dos refugiados, Mamadou Cherif se manifestou: "Sentimos saudades do nosso país e do nosso trabalho. Queremos voltar à Costa do Marfim".
O presidente marfinense ressaltou que "todas as pessoas que cometeram crimes durante a onda de violência pós-eleitoral serão perseguidas".
"Não haverá nenhum tipo de discriminação nem proteção. A Justiça será a mesma para todos", acrescentou.
Após as eleições de 28 de novembro de 2010, o ex-presidente Laurent Gbagbo não quis reconhecer sua derrota. A eleição de Alassane Ouattara gerou uma crise de cinco meses entre as forças leais a ambos os candidatos.
No conflito ocorreram 3 mil óbitos, 32 estão desaparecidas e 500 foram presas de forma arbitrária em atos de violência após as eleições, segundo a promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI).