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Milhares de refugiados dos conflitos entre as tribos Lou Nuer e Murle no estado de Jonglei, no Sudão do Sul, começaram a retornar paulatinamente para suas casas em pequenos grupos, embora muitos permaneçam escondidos nas florestas por temor à violência.

Segundo o comissário do condado de Pibor, Joshua Konyi, 9.107 refugiados voltaram para casa após os ataques da tribo Lou Nuer contra a Murle, incidentes que atingem a região desde o fim de dezembro, informa neste sábado o jornal local "The Citizen". Os grupos se enfrentam para roubar gado ou promover vingança.

O periódico indica que dezenas de milhares de pessoas se concentram em filas diante da escola primária de Pibor - província epicentro da violência - para receber os alimentos distribuídos pela Cruz Vermelha, após sair de seus esconderijos nas florestas.

O governo de Juba decretou estado de emergência em Jonglei e enviou 4 mil efetivos da Polícia e do Exército para tentar conter a violência entre as tribos rivais.

Essas duas comunidades têm um longo histórico de ataques mútuos. Desde os anos 1940, ambas invadem o território uma da outra para roubar gado.

Konyi explicou que, para deter a violência, o governo mobilizou forças militares junto ao rio Nanam com o objetivo de criar uma "zona tampão" e favorecer o desarmamento e a reconciliação não só entre os Lou Nuer e os Murle, mas entre todas as tribos em conflito.

O comissário não soube precisar um número oficial de vítimas, refugiados e reféns, mas afirmou que os mortos podem chegar a "milhares".

A ONU iniciou nesta sexta-feira uma operação humanitária de emergência "de grande escala" para responder à grave crise suscitada pelos enfrentamentos tribais, com a qual pretende oferecer assistência de primeira necessidade a cerca de 50 mil pessoas afetadas.

No entanto, a organização também não possui estimativas sobre o número de mortos pela violência no Sudão do Sul, o mais jovem país do mundo, que obteve independência do Sudão em julho de 2011.

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