Ao contrário da imagem de postulantes a asilo desempregados e desesperados por ajuda do governo, muitos refugiados, especialmente sírios com boa formação, estão enfrentando a discriminação e as rígidas leis trabalhistas locais e encontrando bons empregos na Suécia.
Um deles é o jovem Abdo Abou Shanab, de 27 anos, que trabalhou como avaliador de risco e depois como controlador financeiro no Banque Bemo Saudi Fransi da Síria antes de fugir da guerra civil, chegando à Suécia em 2013.
Depois de se candidatar a 800 vagas, encontrar dois mentores, inaugurar um grupo na rede social LinkedIn com colegas estudantes e até cogitar mudar de nome para que os recrutadores lessem seu currículo, ele conseguiu um trabalho como controlador financeiro na multinacional francesa Sodexo em Estocolmo.
“Tentamos todas as vias possíveis para encontrar um emprego”, disse. “Não quero ficar aqui à toa. Quero um emprego. Quero ser parte da sociedade”.
Os imigrantes lutam contra a discriminação, a falta de contatos e a barreira linguística quando buscam sua primeira colocação profissional na Suécia.
O caminho que levou Abou Shanab ao seu emprego foi um estágio através da Short Route, um programa de âmbito nacional para ajudar a encontrar vagas para acadêmicos imigrantes custeada pela Secretaria do Trabalho e operada na capital pela Universidade de Estocolmo.
Lovisa Faltskog Johansson, líder de projetos da Short Route, afirmou que a velocidade é essencial. Quanto mais tempo os recém-chegados passam sem trabalho, mais difícil fica ajudá-los.
“Geralmente dizemos ‘por que vocês não nos deixam receber as pessoas no aeroporto de Arlanda (de Estocolmo) e perguntar a elas o que elas sabem fazer?’“, disse. “Temos muitas empresas internacionais aqui que nem usam o sueco como língua no ambiente de trabalho”.
A Suécia acolheu mais postulantes a asilo per capita do que qualquer país europeu no ano passado, e espera receber até 90 mil refugiados este ano.