Um ministro do estado indiano de Goa anunciou que criará um centro similar ao Alcoólicos Anônimos para tratar jovens da comunidade LGBT (lésbica, gay, bissexual e transexual) com o objetivo de que eles voltem a ser "normais".
Os jovens serão "treinados" e receberão remédios durante seu tratamento no centro, disse na segunda-feira o ministro de Esportes e Juventude do estado ocidental de Goa, Ramesh Tawadkar, pertencente ao BJP, partido do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, informaram hoje os meios de comunicação locais.
"Da mesma forma que com outros grupos como os delinquentes juvenis, jovens drogados, marginalizados, imigrantes e os geograficamente desavantajados, será realizada uma pesquisa detalhada para que os problemas do coletivo LGBT possam ser especificamente tratados", acrescentou Tawadkar, segundo o canal "NDTV".
O ativista e organizador do festival gay Nigah Queer, Gautam Bhan, qualificou o anúncio realizado pelo ministro de Goa de "infeliz e sem nenhum rigor científico".
A consideração do homossexualismo como uma doença vai contra a visão das instituições indianas, como a Sociedade Índia de Psiquiatria, concretizou Bhan.
"Esperamos mais de um governo que fala tão alto sobre uma Índia nova e moderna, que nunca vai ter esse títutlo sem o respeito básico a todos os cidadãos", criticou o ativista.
A Índia ilegalizou em dezembro de 2013 as relações entre homossexuais, quatro anos depois que foram despenalizadas em 2009.
Em discurso ontem em Nova Délhi, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu que as leis que criminalizam relações pactuadas entre adultos do mesmo sexo "violam os direitos básicos à privacidade e o da não discriminação".
Ban se declarou "orgulhoso" de reivindicar a igualdade de todas as pessoas, "incluindo aquelas que são lésbicas, gays, bissexuais e transexuais".
Apesar de em 2014 a Corte Suprema indiano ter reconhecido os transexuais como um terceiro gênero diferente do masculino e feminino, a comunidade LGBT segue sofrendo uma grande discriminação no país.
O coletivo vive uma situação "complexa" no gigante asiático, onde o movimento pelos direitos dos homossexuais se fortaleceu, mas uma nação na qual, segundo afirmou o ativista, ainda existe discriminação e violência "no dia a dia".
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