Em meio à imposição da ideologia comunista nas igrejas cristãs da China, processo conhecido como sinicização da religião, o regime de Xi Jinping busca agora alterar até as cerimônias de casamento e funerais de cristãos no território.
Segundo a ong China Aid, que acompanha a situação de perseguição religiosa no gigante asiático, o Comitê Nacional do Movimento Patriótico das Três Autonomias das Igrejas Protestantes na China e o Conselho Cristão da China, da província de Henan, estão pressionando por mudanças nos atuais elementos litúrgicos do cristianismo, na tentativa de incorporar o folclore chinês ou o folclore supersticioso, ou mesmo elementos políticos nas cerimônias.
Outra organização, a China Christian Daily, elaborou um relatório que mostra o progresso na imposição da ideologia chinesa nos eventos religiosos.
No documento, foi listada uma série de discussões que aconteceram durante um simpósio do Escritório de Pesquisa da Sinicização do Cristianismo sobre a teoria e prática da Sinicização do Cristianismo. Cerca de 30 membros do partido comunista participaram do evento.
O relatório aponta que os participantes do simpósio de dois dias “analisaram a adaptabilidade e inovação da doutrina de Deus refletida em casamentos e funerais dentro da cultura tradicional chinesa” e exploraram como os casamentos e funerais cristãos poderiam ser integrados aos costumes tradicionais de casamento chineses.
Esse processo já foi aplicado a outras religiões presentes na China e agora os cristãos são o novo alvo de influência.
Um funeral tradicional de uma igreja, por exemplo, conta com canções congregacionais, orações, leituras bíblicas, testemunhos, uma cerimônia de despedida. Com o projeto de sinicização desses ritos, as cerimônias cristãs devem passar por um processo de descristianização, a partir da imposição de uma influência folclórica chinesa ou da inclusão de superstições que não são esperadas nos ritos.
Em outubro de 2020, o cortejo fúnebre de um cristão de 73 anos, membro de uma igreja doméstica no condado de Xinye, província de Henan, foi interrompido pela polícia local.
Membros da igreja que transportavam cruzes e outros artigos cristãos foram presos no cemitério e colocados em carros da polícia, enquanto outros cristãos fugiram. No mesmo mês, quando uma família cristã na cidade de Anyang convidou um coro e uma banda cristã para fazer parte do cortejo fúnebre do seu familiar falecido, os funcionários do regime comunista chinês ameaçaram “prender todas as pessoas que estivessem presentes”. No final, nenhuma pessoa compareceu porque estava com medo.
Donald Trump desbanca Kamala Harris e é eleito presidente dos EUA
O segundo mandato de Trump e o acerto de contas com a diplomacia lulopetista
Bolsonaro comemora vitória de Trump e diz esperar que o Brasil siga o mesmo caminho
Mercado aposta em alta mais forte dos juros; o que influencia a decisão do BC
Deixe sua opinião