O regime da Venezuela respondeu nesta quarta-feira (31) as declarações do chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, que reafirmou a posição do presidente Gustavo Petro de não reconhecer um novo período de poder de Nicolás Maduro, a menos que este apresente provas que confirmem sua “reeleição”. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, considerou a fala de Murillo um "ataque pelas costas".
As declarações de Murillo surgem em meio a um contexto de crescente tensão entre os dois países, onde a “reeleição” de Maduro, anunciada pelo chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, tem sido alvo de críticas, especialmente da coalizão opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD), que afirma que seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições do dia 28 de julho, que foram fraudadas.
“A Colômbia não reconhecerá os resultados das eleições” na Venezuela, disse o chanceler colombiano nesta quarta-feira (30). Para que isso ocorra, destacou Murillo em resposta a post na rede social X, “a apresentação das atas deve ser realizada antes do final do atual mandato presidencial, em 10 de janeiro de 2025”.
Em resposta, Yván Gil utilizou sua conta no Telegram para criticar o chanceler colombiano.
“Diante dos microfones da imprensa, afloram as chantagens que [a Venezuela] recebe da ultradireita e dos Estados Unidos, atacando por trás, com falsas narrativas que não é capaz de discutir cara a cara”, declarou. Gil acrescentou que uma resposta a “constante intromissão” da Colômbia e do chanceler Murillo “virá em seu momento”
“A Venezuela lhe responderá em seu momento e ele [Murillo] se arrependerá da constante intromissão em nossos assuntos internos”, disse o chavista.
Embora os governos da Colômbia e do Brasil tenham tentado mediar a crise na Venezuela, nenhum deles reconheceu ainda oficialmente a reeleição de Maduro, mas também não se posicionaram em favor do candidato opositor. A expectativa é de que busquem pressionar por uma apresentação mais detalhada dos resultados e abram caminhos para um diálogo entre as partes envolvidas.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada