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O ditador venezuelano Nicolás Maduro fala com membros das Forças Armadas em 30 de janeiro de 2019. Foto: Reprodução Twitter
O ditador venezuelano Nicolás Maduro fala com membros das Forças Armadas em 30 de janeiro de 2019. Foto: Reprodução Twitter| Foto:

Uma reportagem da rede de televisão americana CNN publicada nesta quarta-feira (17) afirma que a corrupção na Venezuela facilitou o tráfico de cocaína para os Estados Unidos. Mesmo com o colapso econômico da Venezuela, o tráfico da droga está aumentando. Isso porque a própria elite política e militar do regime do ditador Nicolás Maduro está facilitando a passagem de drogas em centenas de voos não registrados que saem e entram no país, diz a CNN, que entrevistou autoridades americanas.

A reportagem investigou a rota da cocaína, que é produzida na maior parte em fazendas na Colômbia, e descobriu que o número de voos suspeitos de levarem drogas a partir da Venezuela aumentou de cerca de dois por semana em 2017 para quase um voo diário em 2018, segundo uma autoridade americana. Neste ano, a mesma autoridade, que não foi identificada, chegou a ver até cinco voos noturnos em um só dia.

O comércio ilegal de drogas é uma atividade muito lucrativa para o regime venezuelano, disseram as autoridades envolvidas na investigação. “Traficantes de drogas estão cada vez mais explorando a cumplicidade das autoridades venezuelanas, e, mais recentemente, o vácuo de poder”, disse um oficial americano à CNN.

O negócio é tão lucrativo, que o carregamento da droga é mais valioso que os aviões usados para o seu transporte – a maioria é usada apenas uma vez e descartada ou queimada após a chegada.

Uma estimativa é de que, apenas em 2018, 240 toneladas de cocaína tenham saído da Colômbia para a Venezuela, para de lá serem transportadas por aviões, que pousam em fazendas remotas da Guatemala, na costa hondurenha ou em outros locais da América Central. De lá, a droga é enviada para o México para ser distribuída em cidades americanas.

Essa quantidade de cocaína pura poderia render US$ 39 bilhões quando vendida nas ruas dos EUA, de acordo com uma estimativa divulgada pela CNN.

Um desertor do exército venezuelano que trabalhou por cinco anos na patrulha da fronteira com a Colômbia contou à CNN que a sua tarefa era deixar os caminhões que carregavam drogas e armas atravessarem a fronteira sem problemas.

Ele relatou que as tensões na fronteira aumentaram no início do ano, quando Juan Guaidó assumiu a presidência interina do país, sendo reconhecido por mais de 50 países no momento, acirrando a disputa pelo poder na Venezuela.

A sua unidade foi praticamente confinada na base, mas ainda tinha permissão para deixar a base e liberar a passagem do contrabando pela fronteira.

"Eles nos fizeram lavagem cerebral com entrega de alimentos", disse o desertor, se referindo às caixas de alimentos subsidiados que ajudam os funcionários estatais a lidar com o impacto devastador da hiperinflação. Ele decidiu fugir com a sua família para a Colômbia, onde está refugiado.

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