A ditadura da Venezuela afirmou, nesta quinta-feira (28), que os Estados Unidos estão tentando ignorar e deslegitimar as eleições presidenciais de 28 de julho, após o governo de Joe Biden ter solicitado a participação de todos os candidatos opositores ao chavismo no pleito.
“A Venezuela rejeita categoricamente a declaração de 27 de março de 2024 do governo dos Estados Unidos na qual, finalmente, os chefes da operação contra a Venezuela mostram sua cara, como donos de um circo que tenta ignorar e deslegitimar as próximas eleições presidenciais”, disse o Ministério das Relações Exteriores venezuelano em um comunicado publicado na rede social X.
O regime de Caracas afirmou falsamente que cumpriu as normas legais e “todos os pontos” do Acordo de Barbados, mediado pela Noruega, para a realização das eleições presidenciais. No entanto, nos últimos meses, a perseguição política aos críticos do chavismo se intensificou, com diversas prisões de dirigentes partidários e obstáculos na inscrição da principal base opositora, a Plataforma Unitária Democrática (PUD). “Diante desta nova intenção do Departamento de Estado de seguir o caminho do extremismo contra a democracia venezuelana, a dignidade bolivariana os fará que fracassem repetidas vezes”, disse ainda a pasta.
Os EUA insistiram nesta quarta-feira (27) para que o ditador Maduro permita a participação de todos os candidatos da oposição que queiram concorrer em julho. O governo Biden reiterou desta forma a postura diante da desqualificação da principal candidata da oposição, María Corina Machado, e à impossibilidade da sua formação, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), para registrar a professora universitária Corina Yoris como substituta.
“A aceitação por parte do CNE apenas dos candidatos da oposição com os quais Maduro e seus representantes se sentem confortáveis vai contra eleições competitivas e inclusivas”, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller.
Dadas as dificuldades da plataforma da oposição em nomear um candidato, os governos de Brasil e Colômbia, aliados da ditadura venezuelana, manifestaram na terça-feira (26) "preocupação" com o sucedido. (Com Agência EFE)