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Um tribunal de Teerã, capital do Irã, condenou a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, Narges Mohammadi, a mais seis meses de prisão junto com outras quatro prisioneiras por protestar na cadeia contra a execução de um detento, informou sua família nesta segunda-feira (21). Essa foi a sétima sentença contra a ativista que está presa desde 2021.
“Essa nova sentença vem em resposta ao seu protesto pacífico contra a execução de Reza Rasai dentro da prisão de Evin”, declarou nas redes sociais a família da ganhadora do Nobel.
As sentenças contra Mohammadi, Pakhshan Azizi, Varishe Moradi, Mahbubeh Rezai e Parivash Moslemi foram proferidas no último sábado (19) na segunda vara do tribunal criminal do complexo judicial Ghods de Teerã pelo juiz Abolfazl Amari Shahabi.
Todas foram condenadas a mais seis meses de prisão, com exceção de Moslemi, que teve sua pena aumentada em três meses e um dia.
A condenação é por “resistir às ordens” durante um protesto na prisão em 6 de agosto pela execução de Rasai por seu suposto envolvimento no assassinato de um oficial da inteligência durante os protestos contra o regime iraniano desencadeados pela morte de Mahsa Amini em setembro de 2022.
A morte da jovem de 22 anos, depois de ter sido presa por não usar corretamente o lenço islâmico na cabeça, provocou protestos sem precedentes no país, que só diminuíram depois de uma repressão que resultou em 500 mortes, 22 mil prisões e a execução de 10 manifestantes.
Durante o protesto contra a execução em de Rasai, Mohammadi foi golpeada no peito e desmaiou, de acordo com comunicado da família.
A família da ativista reclamou no início deste mês que as autoridades iranianas estão negando seu tratamento médico e que, em três ocasiões recentes, impediram que ela fosse levada ao hospital para fazer exames devido a seus problemas cardíacos e do aparecimento de um nódulo em seu seio direito em julho.
Mohammadi, de 52 anos, foi condenada sete vezes desde 2021 a um total de 13 anos e nove meses de prisão e 154 chicotadas, entre outras punições.
Apesar de suas condenações e prisão, a ativista continuou a se manifestar contra as violações dos direitos humanos no Irã, incluindo o uso da pena de morte e a violência contra mulheres que não usam o véu islâmico.
A ativista recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2023 “por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e por promover os direitos humanos e a liberdade para todos”.