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Socialista François Hollande cumprimenta simpatizante durante caminhada em Toulouse | Patrick Kovarik/AFP
Socialista François Hollande cumprimenta simpatizante durante caminhada em Toulouse| Foto: Patrick Kovarik/AFP

Surpresa

Líder de centro-direita anuncia apoio a candidato socialista

O candidato de centro-direita François Bayrou anunciou ontem que votará no socialista François Hollande no domingo, no segundo turno da eleição presidencial francesas, mas antecipou que não orientará seus partidários a fazer o mesmo.

Em um discurso a seus eleitores, Bayrou acusou o atual presidente, Nicolas Sarkozy, de ter se voltado para a extrema-direita. "Depois de um bom resultado no primeiro turno, Nicolas Sarkozy correu em busca da extrema-direita, eleitores em que não reconhecemos nossos valores e pelos quais nossas crenças mais profundas e valiosas são duramente combatidas", afirmou.

A postura de Bayrou não deixa de causar surpresa, já que os partidos de centro da França são tradicionalmente mais próximos da direita do que dos socialistas.

Hollande contestou acusações de houve negociações nos bastidores pelo apoio de Bayrou.

  • Sarkozy, que teve um dia de notícias negativas ontem, faz campanha em Toulon, no sul

O ex-primeiro-ministro da Líbia Baghadadi al Mahmudi afirmou ontem que o regime de Muamar Kadafi ajudou a financiar a campanha do presidente francês Nicolas Sarkozy em 2007.

Segundo Beshir Esid, um dos advogados de Mahmudi, que está preso em Túnis, o ex-primeiro-ministro afirmou que "o compromisso foi fechado por Musa Kusa, (ex-chefe dos serviços secreto líbio) por ordem de Kadafi e assegurou que existem documentos que provam a transação".

Outro advogado de Mah­­mudi, cuja extradição é pedida por Trípoli, confirmou a versão indicando que o presidente francês "estava por trás de da prisão (de Mahmudi)" em Túnis.

A operação foi realizada pelo Fundo Líbio para investimentos africanos, acrescentou Esid, recusando-se a comentar a carta de 2006 publicada pelo site francês Mediapart, que acusa o presidente deste fundo, Beshir Saleh, de ter feito o financiamento.

Mediapart publicou no sá­­­­­­ba­­­­do a carta atribuída a um­­­­ al­­­­to oficial do governo lí­­bio afirmando que Trípoli ha­­via aceitado financiar em cer­­ca de 50 milhões de euros a campanha eleitoral de Sarkozy em 2007.

O presidente, candidato à reeleição, anunciou que denunciará a Mediapart pela publicação da nota que qualificou de "falsa".

O Ministério Público de Paris abriu uma investigação preliminar por "falsificação e uso de documentos falsos" e "publicação de informação falsa".

O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, Mustafa Abdel Jalil, disse em entrevista coletiva na quarta-feira que a carta é falsa.

Sarkozy afirmou ontem que também são falsas as afir­­mações do ex-premiê líbio Baghadadi al Mahmudi sobre o financiamento que o conservador teria recebido do ex-ditador Muammar Gaddafi em 2007. "Essas acusações são uma infâmia, são grotescas", declarou o presidente.

Vantagem de Hollande cai após debate

As primeiras pesquisas so­­­­bre a intenção de voto na­­ eleição presidencial da Fran­­ça após o debate de on­­tem mostram redução na­­ vantagem do socialista Fran­­çois Hollande para o presidente conservador Nicolas Sarkozy, às vésperas da votação do segundo turno, no próximo domingo.

De acordo com o instituto CSA, Hollande tem 53%, contra 47% de Sarkozy, diminuindo a vantagem de oito para seis pontos comparado com o último levantamento, de 26 de abril. O Harris Interactive apresenta os mesmos números, apesar de a redução ter sido maior, de dez para seis pontos.

A diferença é menor no­­ ­­es­­tudo da OpinionWay, em­­ que o socialista aparece com 52,5% e o conservador, 47,5%. A pesquisa ouviu 2.009 pessoas na quarta-feira e ontem, sendo quase metade delas antes do debate de 3 horas na tevê, na quarta-feira, e as demais após seu término.

Uma pesquisa diária de opinião do Ifop-Fiducial não mostra alteração na intenção de voto: o resultado aponta 53% para Hollande e 47% para Sarkozy.

Uma outra sondagem, feita pelo instituto LH2 com base em uma amostra de pessoas que viram o debate entre os dois constatou que a disputa na tevê não teve nenhum efeito sobre a intenção de voto dos eleitores. Cerca de 45% dos consultados consideraram Hollande mais convincente e 41%, Sarkozy.

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