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Muçulmanos preparam alimentos para o fim do jejum no segundo dia do Ramadã, em Bengazi, cidade-sede dos rebeldes líbios | Esam Al-Fetori/Reuters
Muçulmanos preparam alimentos para o fim do jejum no segundo dia do Ramadã, em Bengazi, cidade-sede dos rebeldes líbios| Foto: Esam Al-Fetori/Reuters

O regime líbio prometeu manter sua guerra contra os rebeldes mesmo se a Otan desistir de bombardear o país, o que deixa pouca margem diplomática para o fim do conflito iniciado há cinco meses.

"Ninguém deve achar que, depois de todos os sacrifícios que já fizemos, do martírio dos nossos filhos, irmãos e amigos, va­­mos parar de lutar. Esqueçam", disse Saif al Islam, filho de Ka­­dafi, a famílias que fugiram do enclave rebelde de Benghazi, no leste.

Com a chegada do mês sagrado do Ramadã, os rebeldes e seus apoiadores ocidentais mantiveram a pressão contra o governo de Muamar Kadafi. A Otan bombardeou alvos militares e lançou sobre a capital panfletos aconselhando os legalistas a se renderem.

Os rebeldes, que controlam praticamente metade do país, mas enfrentam divisões internas e costumam perder terreno em contra-ataques das forças governistas, mais bem armadas e treinadas, consolidaram seus avanços ao redor de Zlitan, cidade importante que fica 160 quilômetros a leste de Trípoli.

Uma guerra que muitos consideravam que poderia acabar em questão de semanas quando do início da intervenção da Otan, em março, amparada por um mandato da ONU para proteger civis, está na verdade se arrastando até a época abrasadora do verão, e entrando pelo mês do Ramadã, dedicado ao jejum.

Anteriormente, o regime líbio dizia que aceitaria negociar se a Otan parasse os bombardeios. Na semana passada, um enviado especial da ONU esteve na Líbia e, após encontros com as partes beligerantes, saiu sem perspectiva de acordo.

Kadafi pode também estar tentando se aproveitar das divisões decorrentes do assassinato, na semana passada, do principal comandante militar rebelde, em circunstâncias ainda obscuras.

Cerca de 30 nações já reconheceram os rebeldes de Ben­­gazi como legítimo governo da Líbia, e na segunda-feira a França disse que colocará à disposição deles US$ 259 milhões dos cofres líbios que estavam congelados por sanções.

Outros governos temem que o reconhecimento e apoio militar aos rebeldes seja uma forma de ultrapassar o mandato da ONU para a proteção de civis.

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