• Carregando...
Funeral de militar sírio morto em combate com opositores, em Damasco | Sana/AFP
Funeral de militar sírio morto em combate com opositores, em Damasco| Foto: Sana/AFP

Saiba mais

O que define uma guerra civil

O termo guerra civil é definido por alguns especialistas, como James Fearon, da Universidade de Stanford, como "um conflito violento entre grupos organizados que visam tomar o poder central de um país ou de uma região, ou ainda para mudar as políticas do governo".

Muitos cientistas políticos definem uma guerra civil como um conflito com mais de mil vítimas, enquanto outros usam o termo para casos com pelo menos cem vítimas de cada lado.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), foram mortas 3,5 mil pessoas desde o início da revolta na Síria.

Guerras civis recentes, como no Sudão (1983–2005) e no Camboja (década de 1970), deixaram milhões de mortos.

No século 19, a Guerra Civil Americana – ou Guerra de Secessão – foi o conflito que causou mais mortes de norte-americanos, total estimado em 970 mil pessoas, cerca de 3% da população do país à época.

Potências querem ação das Nações Unidas

Diplomatas da Alemanha, Fran­­ça e Reino Unido apresentaram ontem uma resolução na As­­sem­­bleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenando os abusos contra os direitos humanos pelo governo da Síria. A votação no comitê de di­­reitos humanos deve ocorrer na terça-feira, disseram autoridades alemãs.

Leia a matéria completa

O regime sírio reagiu ontem, com prisões, ao avanço da oposição, que atacou instalações militares do país na véspera. Pelo me­­nos 40 pessoas teriam sido presas na cidade de Hama, no centro do país, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que também anunciou a morte de pelo me­­nos oito civis pelo regime on­­tem.Apesar da resposta do governo, o opositor Exército Livre da Síria, responsável pela ação do dia anterior contra um complexo de inteligência sírio no subúrbio de Damasco, realizou outro ataque – desta vez a um escritório do Baath, partido do ditador Bashar Assad, no nordeste da Síria.

O governo não confirmou ne­­nhuma das duas ações, e nem as prisões políticas em Hama, mas disse ter detido 57 "terroristas" e confiscado suas armas e explosivos na província de Idlib.

O avanço militar da oposição síria é visto por muitos países, co­­mo os Estados Unidos, como uma reação esperada à violenta repressão de Assad contra a população. No entanto, para Rússia e China, desperta preocupação.

O chanceler russo, Sergei La­­vrov, disse ontem que o cenário se aproxima de uma "autêntica guer­­ra civil" e pediu que a comunidade internacional – em especial a Liga Árabe – exija o fim da violência de todos os lados, inclusive da oposição. "A petição da Liga Árabe para que cesse a violência deve ser mais precisa. É preciso frear a violência, venha de onde venha", disse Lavrov.

Isolamento

O Ministério das Relações Ex­­te­­riores do Marrocos retirou on­­tem seu embaixador da Síria, o que aumenta o isolamento do regime de Assad. A ação foi anunciada após o Marrocos ser a sede da reunião da Liga Árabe em que ministros do exterior da organização decidiram pela suspensão da Síria do órgão e deram três dias para o país parar a repressão contra os manifestantes.

O primeiro-ministro da Tur­­quia, Recep Tayyip Erdogan, voltou a condenar a violência da Sí­­ria. "O mundo precisa ouvir os gri­­tos da Síria urgentemente e fazer algo para acabar com o derramamento de sangue", disse Er­­dogan. Ele acrescentou serem ne­­cessárias medidas de segurança para o fornecimento de energia e para a paz mundial.

Apesar de não especificar que ações seriam estas, o primeiro-ministro turco pediu que a comunidade internacional se sensibilize com a condição do povo sírio da mesma forma com que fizeram com a Líbia. Ele disse que "a falta de reação aos massacres na Síria estão causando feridas irreparáveis na consciência da humanidade".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]