Após mais de duas semanas de ofensiva contra os rebeldes, o regime sírio anunciou nesta quarta-feira (5) que retomou o controle total da cidade de Al Qusair, situada no oeste do país e próxima à fronteira com o Líbano.
De acordo com a televisão oficial síria, as forças armadas do país realizaram várias operações "qualitativas" no centro da cidade estratégica, fato que causou a morte e a prisão de vários "terroristas", além de, segundo o governo, ter restabelecido a segurança na região de Al Qusair.
Uma fonte dos serviços de segurança afirmou à Agência Efe que o Exército lançou ontem à noite uma operação "rápida, decisiva e precisa", na qual assumiu o controle da população.
Segundo a mesma fonte, os soldados do regime deram espaço aos "terroristas" para que não houvesse mais morte de civis. Após deixar a região, os opositores seguiram em direção às localidades próximas de Buida e Dabaa, cujo aeroporto é controlado pelo Exército.
A agência de notícias oficial "Sana" acrescentou que os soldados governamentais apreenderam armas e destruíram os abrigos dos grupos armados, além de desativar dezenas de artefatos explosivos que os supostos terroristas colocaram em casas e em estradas para evitar o avanço das forças armadas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que foram milicianos do grupo xiita Hezbollah, aliado do regime de Damasco, que tomaram Al Qusair após uma série de bombardeios por parte do Exército.
A organização, com sede em Londres, apontou que os rebeldes se deslocaram para regiões próximas por falta de munição e soldados.
O Observatório expressou seu temor pela situação de uns 1,2 mil feridos que estão dentro da cidade e que necessitam atendimento médico.
O regime, apoiado por combatentes do Hezbollah, iniciou no último dia 19 de maio uma grande ofensiva contra os insurgentes para recuperar o controle de Al Qusair.
Esta cidade, de uns 25 mil habitantes, é um enclave estratégico para os rebeldes devido a sua localização na rota que conecta o norte do Líbano, de maioria sunita, com a província central síria de Homs, o que permite o abastecimento de armas.
Essa cidade também é fundamental para o regime, já que essa estrada comunica Damasco com seus redutos do litoral mediterrâneo, de maioria alauita, seita à qual pertence o presidente sírio, Bashar al Assad.