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A ONG venezuelana Fundação de Direitos Humanos dos Llanos (Fundehullan) disse nesta sexta-feira (27) que registrou 73 casos de intimidação relacionados ao direito à participação cidadã de eleitores venezuelanos e restrições ao espaço cívico durante as eleições primárias da oposição ao regime de Nicolás Maduro ocorridas no último domingo (22).
A organização destacou que esses casos de intimidação foram perpetrados por membros das forças de segurança do regime venezuelano e por militantes que apoiam o regime chavista e sua permanência no poder.
De acordo com o relatório da ONG, divulgado nesta sexta-feira, foram identificados padrões de intimidação e hostilidade contra cidadãos, candidatos de partidos políticos da oposição e jornalistas.
A Fundehullan categorizou as incidências em 34 casos de intimidação e ações de hostilidade, 13 envolvendo a limitação do livre exercício jornalístico, 12 irregularidades causadas por militantes chavistas durante o processo eleitoral das primárias, nove problemas logísticos – causados por limitações impostas pelas autoridades nacionais - e cinco casos envolvendo propagandas mentirosas e acusações falsas.
A ONG denunciou que funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), da Policía Estadal e da Contrainteligência Militar foram os principais responsáveis pelos casos de intimidação.
Além disso, a Fundehullan destacou a redução do espaço cívico devido à recusa da Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel) em permitir que meios de comunicação tradicionais cobrissem as eleições da oposição. Houve também o bloqueio do site onde os cidadãos localizavam seus centros de votação, além de ações envolvendo propagandas falsas contra as eleições e a Comissão Nacional de Primárias (CNP).
A organização solicitou que o regime de Maduro “respeite o direito da oposição à participação nos assuntos públicos e os resultados das primárias”, que teve como vencedora a candidata María Corina Machado, inabilitada pelo regime chavista. Também solicitou o fim da “intimidação por parte dos corpos de segurança” e o fim das “políticas de judicialização do processo eleitoral”.