O rei de Bahrein, Hamad bin Isa Al-Khalifa, disse nesta quarta-feira (23) que oficiais envolvidos em abusos durante a repressão a protestos antigoverno, em março, serão responsabilizados e substituídos. O rei fez a declaração durante o lançamento do relatório encomendado para investigar os protestos supostamente liderados pela maioria xiita. O documento foi elaborado por especialistas em direito internacional.
"Nós precisamos reformar nossas leis para alinhá-las aos padrões internacionais", disse al-Khalifa.
A comissão independente, que investiga a repressão informou que as autoridades bareinitas usaram "força excessiva" para reprimir os protestos pró-democracia. O grupo informou ainda ter recebido relatos de que presos políticos foram vendados, açoitados, torturados com choques elétricos e chutes e ameaçados de estupro, para confessarem crimes.
Segundo M. Cherif Bassiouni, chefe do grupo, tais práticas, ainda que violem as leis bareinitas e não tenham sido validadas pelo governo e não foram devidamente punidas. Bassiouni disse ainda que não foi compravada a participação iraniana nas manifestações.
"A prova apresentada ao comitê em relação ao papel do Irã sobre os acontecimentos internos em Bahrein não revelou ligação clara entre os protestos e a o governo iraniano", explicou Bassiouni.
O chefe da comissão ressaltou que o Bahrein foi o único país entre os que vivem a Primavera Árabe a tomar a iniciativa de investigar internamente a repressão aos protestos pró-democracia. As manifestações no reino resultaram em 40 pessoas mortas e 1,6 mil detenções entre fevereiro e março.
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