Com estratégia semelhante a outros atentados que ocorreram na Europa neste ano, a Espanha foi alvo de terroristas nesta quinta-feira (17). A ação em Barcelona, assumida pelo Estado Islâmico, levou tensão novamente ao continente e teria conexão com o ataque ocorrido em Cambrils, a 100 quilômetros da capital espanhola, na madrugada desta sexta (18). Pela manhã, o rei Felipe VI, o primeiro-ministro Mariano Rajoy e uma multidão de pessoas fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas, na Praça da Catalunha. Os presentes aplaudiram e gritaram "Não temos medo". No Vaticano, o papa Francisco, por sua vez, enviou mensagem de condolência para as vítimas.
Veja os principais fatos sobre a situação até o momento:
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1 – Saldo de vítimas
Por enquanto, as autoridades apontam que 13 pessoas morreram no atentado ocorrido em La Rambla, e 130 ficaram feridas. As vítimas foram atropeladas por uma van, que avançou sobre elas, ao longo de 500 metros. Entre mortos e feridos nos atentados, incluindo o de Cambrils, há pessoas de 35 nacionalidades.
A primeira vítima identificada foi o italiano Bruno Gulotta, que tinha 35 anos, pai de dois filhos -um dos quais levava pela mão no momento da ação, segundo o jornal britânico "Telegraph". Resgatada pela mulher de Gulotta, Martina, a criança sobreviveu. A outra vítima italiana é Luca Russo, que estava com 25 anos e passava férias com sua namorada em Barcelona.
O primeiro ministro de Portugal, Antonio Costa, afirmou que uma mulher portuguesa de 74 anos está entre as vítimas do ataque em Barcelona. Ela passeava com sua neta. Segundo a agência de notícias Associated Press, também morreu nas Ramblas a belga Elke Vanbockrijck. Ela estava de férias em Barcelona com o marido e os filhos. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse que um cidadão norte-americano está entre os mortos nos atentados.
Não há informações sobre brasileiros entre feridos ou mortos até o momento.
As autoridades da Catalunha informaram nesta sexta-feira que morreu uma mulher ferida no ataque em Cambrils, elevando para 14 o número de mortos em atentados na Espanha nesta semana.
2 – Suspeitos mortos
Cerca de 10 horas depois do atentado na Rambla, cinco terroristas foram mortos pela polícia após planejarem um atentado em Cambrils, com uso de explosivos. O ataque foi evitado.
3 – Prisões
A polícia afirma que quatro pessoas envolvidas na ação de Barcelona foram presas - três são marroquinas e uma espanhola. Nenhum dos suspeitos tinha histórico de atividades relacionadas com terrorismo. Os presos têm entre 21 e 34 anos. A identidade deles ainda não foi confirmada, embora se tenha divulgado que Driss Oukabir está entre os detidos.
Ele seria residente legal na Espanha e é apontado como o homem responsável pelo aluguel do veículo usado no ataque. No entanto, um rapaz com mesmo nome chegou a procurar a delegacia, na quinta, para informar que seus documentos foram roubados. No momento do atentado em Barcelona, ele nem estava na região.
As autoridades espanholas trabalham com a hipótese de que o atentado de Barcelona foi planejado por uma célula terrorista formada por 12 pessoas. Eles estariam ligados também à tentativa de ataque em Cambrils.
4 – Estado Islâmico
Horas depois do atentado em Barcelona, a Amaq, agência que divulga as atividades do Estado Islâmico, afirmou que o grupo é responsável pela ação.
Na Europa, não são raros os casos de jovens atraídos pelas promessas de uma vida “santa” feita pelo Estado Islâmico. A legião do “Califado” cresce graças à sociabilidade virtual e ao aliciamento feito por recrutadores capazes de chegar ao cerne das dúvidas e expectativas de um público insatisfeito com a própria realidade.
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5 – Investigação de explosão
A polícia da Catalunha também apura se há relação entre o terrorismo praticado na Rambla com uma explosão acidental em uma casa na cidade de Alcanar, a 200 quilômetros de Barcelona. A situação ocorreu na noite de quarta e foi atribuída a um vazamento de gás. Uma pessoa morreu e outras sete ficaram feridas.
Segundo a polícia catalã, supõe-se que, nesse local, operava a célula terrorista. A suspeita é que a residência era usada para confeccionar explosivos. "Eles preparavam um grande atentado ou vários. A explosão de Alcanar permitiu evitar atentados de maior envergadura", disse o comissário-chefe Josep Lluis Trapero.
Esse acidente teria levado os terroristas a agir de forma improvisada e atuar "de maneira mais rudimentar", usando veículos para atropelar pessoas.
6 - Repercussão internacional
Governantes de diversos países, como México, Japão, Brasil, Estados Unidos e França, além do prefeito de Londres, Sadiq Khan, também enviaram condolências a vítimas e familiares sobre o ocorrido. “Sejam duros e fortes, nós amamos vocês”, escreveu no Twitter o presidente americano, Donald Trump. O presidente russo Vladimir Putin também lamentou os ataques.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que conversou nesta sexta com o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, e que os terroristas na Espanha mostraram "mais uma vez o completo desprezo pela vida humana com o qual o Estado Islâmico opera." Ela descreveu os ataques em Barcelona e Cambrils, na Catalunha, como uma agressão ao "estilo de vida" dos europeus.
7 - Principal problema europeu
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, afirmou nesta sexta que a luta contra o terrorismo é uma "batalha global" e o “principal problema da Europa”. Rajoy também agradeceu os serviços de emergência por seu trabalho e por mensagens de apoio pelo mundo.
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