Entre as informações confidenciais reveladas ontem pelo site WikiLeaks está a de que o rei Abdullah, da Arábia Saudita, pressionou lideranças americanas a atacar o Irã para acabar com o programa nuclear do país persa. "Ele falou para vocês [americanos] cortarem a cabeça da cobra", teria dito o embaixador árabe em Washington, Adel al-Jubeir, segundo um relatório de uma reunião entre o rei saudita e o general David Petraeus, um alto comandante militar americano, em abril de 2008.

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O vazamento diz ainda que Ehud Barak, ministro da Defesa israelense, estimou em junho de 2009 que haveria uma janela "de seis a oito meses" a partir da qual "deter o Irã de conseguir armas nucleares seria viável".

De acordo com o WikiLeaks, o Irã obteve acesso a um sofisticado sistema de mísseis capaz de atingir o oeste da Europa e Moscou graças à ajuda da Coreia do Norte. Segundo um documento datado do dia 24 de fevereiro de 2010 – registro de uma reunião entre oficiais dos EUA e da Rússia – Teerã obteve 19 mísseis capazes de carregar material nuclear explosivo.

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Repercussão

Horas antes da divulgação dos dados confidenciais do governo americano, o site WikiLeaks declarou em seu perfil no Twitter ser vítima de um ataque cibernético. "Nós estamos agora sob um ataque de rejeição de servidores massivamente distribuído."

Para o fundador do site, o australiano Julian Assange, o governo dos Estados Unidos tem medo de prestar esclarecimentos em relação aos documentos que foram vazados.

O Pentágono condenou a "divulgação imprudente de informações secretas, obtidas ilegalmente" e afirmou ter tomado medidas para evitar que isto volte a ocorrer no futuro. A Casa Branca atacou o vazamento, definindo-o como "uma ação negligente e perigosa". "Estas revelações põem em risco nossos diplomatas, profissionais de inteligência, e pessoas em todo o mundo", declarou o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs.

A Grã-Bretanha já havia se posicionado de forma semelhante, antes mesmo da publicação dos documentos. "Eles podem prejudicar a segurança nacional", indicou um comunicado do ministério das RelaçõesExteriores britânico.

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