Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Eleições

“Reinado” Kirchner

Cristina Kirchner cumprimenta simpatizantes em Córdoba, uma das principais cidades da Argentina. Presidente tem chance de ser reeleita no primeiro turno | Presidência da Argentina/AFP
Cristina Kirchner cumprimenta simpatizantes em Córdoba, uma das principais cidades da Argentina. Presidente tem chance de ser reeleita no primeiro turno (Foto: Presidência da Argentina/AFP)
Veja quem são os candidatos que vão concorrer à Presidência Argentina |

1 de 1

Veja quem são os candidatos que vão concorrer à Presidência Argentina

Clima de certeza e previsões de continuidade compõem o cenário político da Argentina quando se fala na eleição presidencial que vai ocorrer daqui a uma se­­mana. Desde o início do ano, a presidente Cristina Kirchner vem mantendo mais da metade das intenções de voto. A chefe de Estado chegou a dizer que não iria concorrer à reeleição, que estava cansada e iria se dedicar à família. Mas, em junho, Cris­tina,en­­fim anunciou sua candidatura, e saiu vitoriosa, com 50% dos vo­­tos, nas primárias realizadas em agosto.

O charme de Cristina parece estar incólume aos desencontros dos números do índice de inflação. No dia 8 de outubro, o jornal argentino Clarín publicou as informações divulgadas pela deputada de oposição Patricia Bullrich, do partido Coalición Cívica. De acordo com a parlamentar, com 100 pesos hoje se compra 85% menos do que se comprava no início da gestão da presidente.

O Instituto Nacional de Esta­­dística y Censos (Indec), espécie de IBGE argentino, divulga índices de inflação que são contestados por institutos privados de pesquisa e pelos oposicionistas. "Segundo o Indec, nos últimos anos houve 50% de inflação na cesta básica, quando na realidade foi de cerca de 221%", contesta a deputada.

"Há impacto do aumento dos preços, sem dúvida isso existe. Mas há certo conformismo por parte da população em geral. A gente não vê reclamações da maioria sobre as questões econômicas", diz o professor Jorge Gus­­tavo Elías, da Faculdade de Ciên­­cias Sociais da Universidade de Buenos Aires (UBA). Mesmo as­­sim, para ele, o país passou por consideráveis melhorias. "A po­­pulação tem mais capacidade de consumo do que tinha anos atrás, e estão sendo gerados mais empregos para o setores menos favorecidos, o que torna a situação mais estável", diz.

Políticas que favorecem as camadas mais pobres da população são apontadas pelos críticos de Cristina como populistas. A professora Maria Susana Bo­­netto, do doutorado de Ciência Política da Universidade Nacio­­nal de Córdoba, rebate esse tipo de avaliação do governo. "As po­­líticas sociais não foram asistencialistas, caso contrário não te­­riam estimulado o emprego ou o acesso à saúde."

Além da aprovação do governo, a falta de opção na oposição faz com que o kirchenerismo esteja prestes a atingir uma década no poder. Para o consultor po­­lítico Fabian Perechodnik, diretor da Poliarquía Consul­­tores, a "fragmentação da oposição" é mais um fator que favorece Cris­­tina.

Ricardo Alfonsín, candidato que era o segundo colocado até as primárias, tem caído nas pesquisas. "Seus discursos se assemelham muito aos do pai [o ex-presidente Raúl Alfonsín]. Ele não tem experiência de gestão", diz o professor Elías.

Hermes Binner, que agora ocupa o segundo lugar nas pesquisas, tem sido a opção daqueles que não querem a permanência de Cristina. Mas, para os analistas, seus 13,6% estão longe de representar uma ameaça para a reeleição da presidente.

Se a permanência de Cristina no poder se concretizar, ela vai ter que reorganizar a casa, segundo os analistas. A professora Maria Susana indica alguns pontos a mudar: "Teria que melhorar o nível de funcionamento da burocracia, que é ineficiente e em muitos casos impede que os programas se realizem em tempo adequado. Também teria que fazer a troca de ministros que já estão há muito tempo e têm sofrido desgaste".

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.