A reunião na Organização das Nações Unidas (ONU) para tratar da questão síria começou ontem às 18 horas (horário de Brasília), em Nova York, e não havia terminado até o fechamento desta edição.
Nas duas primeiras horas de negociações do Conselho de Segurança, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o "reino de terror" do presidente Bashar Assad na Síria terminará e que a principal dúvida é quantas pessoas precisam morrer até que isso aconteça.
Em um discurso diante do Conselho de Segurança das Nações Unidas para pressionar a Rússia a apoiar um projeto de resolução que exige a partida de Assad, Hillary afirmou que a Síria se tornará um problema cada vez maior enquanto Assad se mantiver no poder.
"Todos sabemos que a mudança está chegando na Síria. Apesar das táticas implacáveis, o reino do terror do regime de Assad acabará e o povo da Síria terá a possibilidade de escolher seu próprio destino", disse a secretária de Estado.
"A pergunta que nos fazemos é quantos civis inocentes morrerão antes de que o país seja capaz de avançar para o tipo de futuro que merece."
Pouco antes, o primeiro-ministro do Qatar, xeque Hamad bin Jassim Al-Thani, falando em nome da Liga Árabe, pediu ao Conselho de Segurança que tome medidas para deter a "máquina de matar" do presidente sírio.
Na abertura da reunião, Al- Thani, fez acusações graves ao regime de Assad. "Nossos esforços e iniciativas, no entanto, foram inoperantes, porque o governo sírio não fez um esforço real para cooperar conosco e a única solução considerada foi matar seu próprio povo. O banho de sangue continua e a máquina de matar segue em ação", disse.
O líder árabe pediu apoio ao projeto de resolução da ONU, proposto por Marrocos, membro da Liga Árabe, que exige que Assad deixe o poder e concorde em colocar fim à violência com o objetivo de iniciar negociações.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Gennady Gatilov, disse ontem que o rascunho do texto da resolução pedindo que o presidente sírio renuncie, é um "caminho para a guerra civil". Gatilov deu as declarações no momento em que as tropas do governo sírio sitiam bairros amotinados em Homs e Damasco com disparos de artilharia e o fogo pesado de metralhadoras. Tanques avançaram contra duas cidades sob poder de desertores, Zamalka e Arbeen, embora a oposição tenha anunciado ontem que retomou a cidade de Rastan, na província de Homs. Ocorreram combates no bairro de Baba Amr em Homs.
Embora a Rússia tenha feito fortes críticas, o país poderá negociar o texto da resolução, disse um funcionário do governo francês à agência Associated Press.