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FSB

Reino Unido acusa espionagem russa de tentar interferir em processos democráticos

Relatório norte-americano afirma que o movimento Nova Resistência é usado pelo governo de Putin para "manipular informações e disseminar ideologias autoritárias".
FSB: inteligência russa, sucessora da KGB, é acusada de realizar vários vazamentos de informações confidenciais desde 2015 com o objetivo de desestabilizar politicamente o Reino Unido (Foto: EFE/EPA/GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/KREMLIN)

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O governo britânico acusou nesta quinta-feira (7) os serviços de inteligência russos (FSB) de tentar interferir na política e nos processos democráticos do Reino Unido por meio de operações de espionagem cibernética.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores culpou a agência sucessora da KGB por diversos vazamentos de informações confidenciais desde 2015 com o objetivo de desestabilizar politicamente o Reino Unido.

A pasta convocou o embaixador russo em Londres, Andrey Kelin, para transmitir sua "profunda preocupação" com as "repetidas tentativas da Rússia de interferência cibernética na política britânica e de outros países".

Londres trabalha com a hipótese de que uma unidade do FSB, o Centro 18, é responsável pelas operações de espionagem cibernética, que foram realizadas pelo grupo Star Blizzard, que, segundo a inteligência britânica, está subordinado a essa unidade.

Por isso, anunciou sanções contra dois cidadãos russos por seu envolvimento com o Star Blizzard (também conhecido como Callisto Group, Coldriver ou Seaborgium): o agente do FSB Ruslan Aleksandrovich Peretyatko e o membro do grupo Andrey Stanislovich Korinets.

De acordo com o governo britânico, o FSB tem como alvo políticos funcionários públicos, jornalistas e ONGs do Reino Unido. "Embora alguns ataques tenham resultado no vazamento de documentos, as tentativas de interferir na política e na democracia britânicas não tiveram êxito", afirma o Ministério das Relações Exteriores.

O governo do Reino Unido vincula o FSB a ataques cibernéticos contra políticos de todo o espectro parlamentar desde 2015 e à invasão de documentos comerciais entre Reino Unido e Estados Unidos que foram vazados antes das eleições gerais de 2019.

Ele também suspeita que o FSB esteve envolvido na invasão do think tank de combate à desinformação Institute for Statecraft e seu fundador, Christopher Donnelly, além de outras ONGs e jornalistas.

O objetivo sempre foi "vazar e ampliar informações de acordo com os objetivos de confronto da Rússia, inclusive minando a confiança na política no Reino Unido e em outros países semelhantes".

O secretário de Estado para a Europa, Leo Docherty, disse nesta quarta-feira (6) ao Parlamento que a Rússia "comprometeu" conversas privadas de políticos de alto nível com suas operações, mas que suas tentativas de interferência não tiveram êxito.

O Reino Unido, juntamente aos EUA, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, publicará nesta quinta-feira (7) diretrizes de segurança para fortalecer a proteção contra a ciberespionagem russa, especialmente para os indivíduos em maior risco. "Ao sancionarmos os responsáveis e convocarmos o embaixador russo hoje, expomos suas tentativas maliciosas de influenciar e iluminamos outro exemplo de como a Rússia opta por operar no cenário global", disse o ministro das Relações Exteriores, David Cameron.

O chefe da diplomacia britânica descreveu as tentativas de interferência como "completamente inaceitáveis" e disse que elas "buscam ameaçar os processos democráticos". (Com Agência EFE)

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