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A premiê Theresa May sorri: seus planos estão dando certo | AFP
A premiê Theresa May sorri: seus planos estão dando certo| Foto: AFP

O Reino Unido celebrará eleições legislativas em 8 de junho, depois que o Parlamento britânico aprovou nesta quarta-feira (19) a antecipação solicitada pela primeira-ministra Theresa May, que pretende reforçar sua posição para as negociações de ‘divórcio’ com a União Europeia (UE).

May precisava do apoio de pelo menos dois terços dos 650 deputados e conseguiu superar a meta com folga: 522 aprovaram a antecipação das eleições, originalmente previstas para 2020. Apenas 13 votaram contra a proposta.

Por que Theresa May decidiu antecipar as eleições britânicas? Resumindo: poder

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Faltam apenas sete semanas para a votação e a campanha será curta, um alívio para os eleitores, que retornarão às urnas após três eleições muito importantes em menos de três anos: o referendo de independência da Escócia de setembro de 2014, as eleições gerais de maio de 2015 e o referendo sobre a UE de junho de 2016.

“Pedirei aos britânicos um mandato para completar o Brexit e fazer dele um sucesso”, disse May no Parlamento.

A saída da União Europeia “não tem volta atrás”, advertiu a primeira-ministra, que justificou o pedido para antecipar as eleições com a afirmação de que os inimigos do Brexit “tentam frustrar o processo”.

A oposição concentrou suas críticas na mudança de opinião de May, que até semana passada negara de modo reiterado a possibilidade de antecipar as eleições, que para ela provocariam instabilidade. E agora afirma que não participará em debates durante a campanha.

Pesquisas apontam grande vitória

O Partido Conservador de May tem uma leve maioria absoluta na Câmara dos Comuns (330 dos 650 deputados) e as pesquisas apontam a possibilidade de aumentar este número consideravelmente. Na Câmara dos Lordes, no entanto, está em minoria e assim permanecerá depois de 8 de junho, porque os membros destas Casa são vitalícios e não são eleitos.

A antecipação recebeu o apoio de Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, o principal da oposição. Mas a impopularidade de Corbyn pode resultar em uma catástrofe eleitoral histórica para os trabalhistas.

“Damos as boas-vindas às eleições porque darão a oportunidade ao povo britânico de escolher um governo trabalhista que cuide de seus interesses”, disse Corbyn.

Separatismo

Sem um trabalhismo forte, os defensores da independência da Escócia e sua demanda por um novo referendo de secessão representam a grande ameaça interna a May.

A chefe do Governo regional escocês, Nicola Sturgeon, do Partido Nacional Escocês (SNP), advertiu no Parlamento britânico que sua vitória na região do norte — que distribui 59 cadeira — é essencial.

“Que ninguém se engane, se o SNP vencer estas eleições na Escócia e os conservadores não, desmoronaria a tentativa de Theresa May de bloquear nosso mandato para dar a Escócia uma votação sobre seu futuro”, disse à imprensa.

De acordo com as pesquisas, os conservadores têm 20 pontos de vantagem sobre os trabalhistas e May quer aproveitar as eleições para ampliar sua maioria.

Segundo uma pesquisa publicada pelo jornal The Times, os conservadores poderiam ampliar sua vantagem a mais de 100 deputados.

Apesar do Parlamento ter apoiado a primeira-ministra em março, no início do processo de divórcio com a UE, May afirmou temer que os parlamentares pró-europeus fragilizem a posição de Londres nas negociações com Bruxelas, que começarão em junho.

“Há claramente o potencial de que se vote contra a lei que implemente a saída da UE e contra o acordo final com Bruxelas”, explicou em uma entrevista ao jornal The Sun.

“Esmagar os saboteadores”

Paradoxalmente, a antecipação do pleito despertou as esperanças entre os pró-europeus, que consideram as eleições uma revalidação do referendo de 26 de junho de 2016.

Assim, o Partido Liberal-Democrata anunciou que vai concentrar a campanha na promessa de suavizar a saída da UE, enquanto o ex-primeiro-ministro trabalhista Tony Blair pediu que os eleitores deixem as filiações políticas de lado e votem nos candidatos pró-europeus.

“Se você quer evitar uma ruptura dura desastrosa com a UE. Se deseja que o Reino Unido continue no mercado único (...) esta é a sua oportunidade”, disse o líder ‘lib-dem’ Tim Farron.

O jornal The Guardian afirma que com as eleições antecipadas May deseja mostrar que o Brexit é irreversível. Se conquistar a ampla maioria que espera, “varrerá as últimas esperanças de inverter a decisão ‘aberrante’ de junho passado”.

No outro extremo, o Daily Mail, antieuropeu, considera certa a vitória com folga dos conservadores, ao mesmo tempo que pediu em sua primeira página para “esmagar os saboteadores” que são contrários ao Brexit.

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