Igreja do Oratório, Oxford, com a bandeira da Cidade do Vaticano hasteada a meio mastro no dia seguinte à morte do Papa João Paulo II. Imagem ilustrativa.| Foto: Kaihsu Tai/Wikimedia Commons
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O Reino Unido adotou desde o início de novembro normas para conter o contágio da Covid-19. E embora as restrições permitam que as igrejas sejam abertas para a oração privada, a legislação governamental estipula que isso não vale para a “adoração comunitária”, como missas, cultos etc.

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Multas de até 10 mil libras esterlinas podem ser aplicadas para quem infringir esta lei.

As regras, contudo, variam de região para região. Em algumas, é possível realizar cultos (com restrições), em outras, não.

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E, nesses lugares, alguns líderes cristãos estão desafiando a lei estatal, fazendo lembrar – dadas as devidas proporções – o período das perseguições romanas.

Um pastor cristão falou ao The Guardian, sob condição de anonimato, que ele e sua comunidade continuaram com as cerimônias de domingo durante o confinamento em novembro.

“Temos mantido serviços clandestinos desde que esse confinamento começou. É estranho para nós agir assim. As pessoas disseram que parece mais uma igreja subterrânea na China”, disse ele.

O pastor acrescentou: “Como cristãos, queremos ser os melhores cidadãos que pudermos. Não queremos ser desobedientes, mas estamos sendo forçados a uma posição na qual ou temos de seguir com nossas convicções religiosas ou ir contra nossas consciências e crenças e nos submeter ao Estado. Essa é a situação em que estamos.”

Em 15 de novembro, a polícia interrompeu um culto no norte de Londres, realizado pelo pastor evangélico Regan King, afirmando que o evento violava a lei.‎ Cerca de 30 fiéis se reuniram na igreja Angel, na capital inglesa,‎‎ no dia 15 de novembro, para um culto, incluindo um batismo.

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Após uma discussão com a polícia, o pastor concordou em realizar uma breve reunião ao ar livre no pátio da igreja. O pastor Regan King afirmou mais tarde à BBC Radio 4 que ‎"nossa prioridade é o temor de Deus... Servimos a uma lei maior. Só porque algo é lei não quer dizer que seja certo."‎

Questões legais

Segundo o Catholic World Report, mais de 120 líderes de várias denominações cristãs desafiaram as ordens para fechar igrejas na Inglaterra e no País de Gales. Os líderes religiosos dizem que o governo não produziu evidências que justifiquem o tratamento rigoroso dos locais de culto.

O grupo evangélico Christian Legal Centre está apoiando os líderes em seu desafio legal ao Secretário de Estado de Saúde e Assistência Social. Os líderes religiosos dizem que as novas restrições à adoração pública violam o artigo nove da Lei de Direitos Humanos, que protege a liberdade dos cristãos de praticar em público sua religião ou crenças, e também seu ensino e sua observância comunitárias.

Eles também reclamaram que o regulamento permite que os locais de culto funcionem para fins seculares, como para a entrega de alimentos a pessoas carentes, e que, por isso, a lei seria autocontraditória.

Para Andrea Williams, CEO da Christian Concern, o governo se excede com essas leis que proíbem o culto: “eu não acredito que o governo tem autoridade para dizer à igreja de Jesus Cristo que não pode se reunir para adoração. Eles não forneceram nenhuma evidência, eles apenas nos classificaram como não essenciais. Mas acreditamos que a adoração é a coisa mais essencial na vida”, disse ao Observer.

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Para o Natal, contudo, ‎o governo planeja medidas um pouco mais leves entre 23 e 27 de dezembro. Até três famílias poderão se reunir dentro de casa, em espaços públicos ao ar livre e em locais de culto. No entanto, eles não poderão se reunir em bares ou outros ambientes semelhantes.