O Reino Unido decidiu arquivar sua tentativa de exigir vistos para cidadãos brasileiros, informou nesta segunda-feira (9) o Ministério do Interior britânico. A iniciativa pôs fim a um atrito diplomático gerado pela inclusão do Brasil na lista de 11 países suspeitos de não atenderem a requisitos de controle da imigração ilegal, em meados do ano passado. Dessa lista, o governo britânico decidiu exigir visto para os cidadãos de dois países sul-americanos - a Bolívia e Venezuela - e para os africanos África do Sul, Lesoto e Suazilândia.

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O Itamaraty foi informado na semana passada sobre a medida, mas ainda aguarda um comunicado oficial do governo britânico. De fato, a chancelaria havia recebido em setembro passado a promessa de Londres de que o Brasil seria excluído da lista de países suspeitos. Dois meses antes, a ameaça de Londres de imposição de visto a brasileiros havia chegado a Brasília acompanhada por exigências consideradas absurdas pelo governo brasileiro, como a presença de um policial britânico no setor de imigração do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.

Em carta ao governo brasileiro, enviada em julho passado, os ministros britânicos dos Negócios Estrangeiros, David Miliband, e do Interior, Jacqui Smith, afirmavam que seu governo estava "seriamente preocupado" com o número de brasileiros "que permanecem além do permitido e/ou trabalham ilegalmente no Reino Unido". Na ocasião, o Itamaraty informou que igualmente adotaria os vistos para os britânicos em visita ao Brasil, como medida de reciprocidade.

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A reação levou ambos os lados a uma negociação concluída, em setembro passado, com um acordo de "cooperação positiva", que previu a criação de um comitê permanente de consultas consulares. Nos próximos meses, o comitê deverá adotar um sistema bilateral para contornar o veto à entrada de brasileiros em território britânico. O mecanismo, que está em vigor entre Brasil e Espanha, estabelecerá uma linha direta entre as autoridades dos aeroportos britânicos e os consulados brasileiros para destravar o ingresso de brasileiros.