Alemanha, Reino Unido e Itália confirmaram neste sábado a detecção de casos de Covid-19 causados pela variante ômicron do coronavírus. Na sexta-feira, a Bélgica havia anunciado a primeira ocorrência da nova variante na Europa.
A Itália registrou um caso da nova cepa em Milão, em um homem que chegou do Moçambique. Segundo as autoridades locais de saúde, o paciente e seus familiares estão bem de saúde.
O ministro da Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, anunciou neste sábado que foram detectados dois casos de infecção pela variante ômicron, em pessoas que já estão cumprindo período de isolamento.
O integrante do governo liderado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, indicou que os registros aconteceram na localidade de Chelmsford, no condado de Essex, na região central da Inglaterra, que fica próxima a Londres e Nottingham.
Javid explicou que os dois casos "estão conectados" e que as duas pessoas estão confinadas junto com familiares, enquanto mais testes estão sendo realizados entre esse grupo de pessoas.
Estado alemão registra nova cepa
O Ministério da Saúde da Baviera divulgou neste sábado que foram confirmados os dois primeiros casos da variante ômicron do novo coronavírus na Alemanha, em passageiros que desembarcaram no aeroporto de Munique três dias atrás, vindos da África do Sul.
De acordo com as informações do governo regional, as duas pessoas, que são estrangeiras, após darem positivo em teste PCR e sabendo da divulgação de uma nova variante detectada no país sul-africano, pediram para serem submetidas a exames para saber se eram casos de infecção pela ômicron.
O Ministério da Saúde da Baviera convocou todos os 50 passageiros que estavam no voo procedente da África do Sul a se apresentarem para as avaliações necessárias.
"Devem reduzir, imediatamente, seus contatos; se submeter a teste PCR, apresentar o histórico de viagem e colocar em contato com o Departamento de Saúde", indicou a pasta, por meio de comunicado.
Reino Unido tem novas restrições
Também neste sábado, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou uma série de restrições para combater a nova variante, entre elas, a obrigatoriedade do uso de máscara em estabelecimentos comerciais e transporte público, além de testes de detecção para viajantes.
O chefe de governo, que antes do verão flexibilizou todas as limitações vigentes, concedeu entrevista coletiva e destacou a importância de se "ganhar tempo", minimizando os contágios até que os especialistas determinem o efeito da nova variante.
Johnson reforçou que o governo "não irá proibir as viagens", mas, a partir de agora e, pelo menos, até que sejam revistas as medidas em três semanas, as pessoas vacinadas que chegarem ao Reino Unido deverão realizar teste PCR no fim do segundo dia da chegada e seguirem isoladas até que saia um resultado negativo.
Até hoje, as pessoas que estavam vacinadas e que chegam de territórios permitidos só precisavam fazer um teste de antígenos, obrigatoriedade que segue para aquelas pessoas que não foram imunizadas. Todos os casos positivos deverão se confinar por dez dias.
Os familiares e pessoas próximas daqueles que tiverem detectada a infecção pela variante ômicron, estejam ou não vacinadas, precisarão passar por período de quarentena, segundo explicou Johnson.
Além disso, explicou o premiê, serão endurecidas "as normas sobre as máscaras em lojas e no transporte público", assim como em outros espaços fechados. Atualmente, o item de proteção é considerado de uso voluntário.
Enquanto são feitos os testes de eficácia das vacinas contra a variante ômicron, Johnson cobrou que toda a população receba a dose de reforço de algum dos imunizantes.
Países na lista de alerta
O ministro britânico da Saúde, Sajid Javid, ainda explicou que outros quatro países foram incluídos na lista de alerta pelo governo britânico. Assim, a partir de amanhã, dessas nações, apenas cidadãos locais podem entrar no Reino Unido, tendo que cumprir dez dias de quarentena.
A partir deste domingo, Angola, Malaui, Moçambique e Zâmbia se juntaram a África do Sul (onde a ômicron foi inicialmente detectada), Botsuana, Lesoto, Namíbia, Suazilândia e Zimbábue.
"Se alguém viajou para esses quatro países ou para qualquer outro da lista vermelha, nos últimos quatro dias, devem se isolar e realizar teste PCR", pediu o ministro.
Variante pode ter chegado aos EUA
O principal assessor em Saúde do governo dos Estados Unidos, Anthony Fauci, admitiu neste sábado que a variante ômicron do novo coronavírus já pode ter entrado no país, ainda sem ter sido identificada em exames.
"Não me surpreenderia que esteja aqui e que não a tenhamos detectado ainda. Quando há um vírus que é transmitido com tanta facilidade, e há casos em outros países por consequência das viagens, quase invariavelmente acabará chegando a todas as partes", disse o infectologista, em entrevista à emissora de televisão NBC.
De acordo com manifestação mais recente do Centro para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, pela sigla em inglês), não há registro no país de casos da nova cepa do patógeno que provoca a Covid-19
Na noite desta sexta-feira, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, foi a primeira liderança estadual dos EUA a declarar estado de emergência por causa da nova variante, que entrará em vigor em 3 de dezembro e perdurará, pelo menos, até 15 de janeiro.
A medida, segundo Hochul, visa aumentar a capacidade de resposta dos hospitais contra a covid-19, mediante a proibição de algumas atividades não essenciais e a ampliação da capacidade do governo do estado de comprar materiais médicos de emergência.
Variante de risco
A ômicron foi anunciada ontem como variante de risco pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e causa preocupação devido ao grande número de mutações da cepa original do novo coronavírus.
Antes do Reino Unido, além da África do Sul, Bélgica, Botsuana e Hong Kong tinham registrado casos positivos da ômicron.
Inúmeros países, assim como a União Europeia, anunciaram rapidamente restrições de voos originários do sul do continente africano.
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