Em sua primeira entrevista depois de assumir o cargo, o novo ministro britânico do Interior, Phil Woolas, afirmou que o Reino Unido poderá adotar maiores restrições à imigração por causa do aumento do desemprego devido à crise financeira.
Segundo o ministro, "se há pessoas que estão ficando desempregadas, a questão da imigração se torna extremamente espinhosa". Falando ao "Times", ele acrescentou que "no passado foi muito fácil entrar neste país, mas agora será mais difícil". Até então, o governo trabalhista liderado por Gordon Brown vinha ressaltando a importância dos imigrantes para a economia britânica. Agora, o Reino Unido quer limitar especialmente a entrada de estrangeiros de fora da União Européia (UE). A nova política deve permitir a entrada de profissionais qualificados, barrando cidadãos não-europeus que sejam despreparados. O ministro também afirmou que haverá novas restrições para pessoas de outros países se casarem no Reino Unido. Na opinião de Woolas, é preciso haver um equilíbrio entre o número de pessoas que entram e o número de pessoas que saem.
"É preciso haver um limite para a população", disse o ministro ao "Times", demonstrando preocupação com a pressão sobre o país. "De um lado, está o argumento de que temos que fortalecer nossa economia. Mas nós temos que oferecer garantias à comunidade de que os números (de pessoas) entrando não são ruins para nós. A coesão da comunidade é crucial. Depois da economia, essa é talvez a principal preocupação da população".
A taxa de desemprego do Reino Unido alcançou seu nível máximo em oito anos, em 5,7%, no período entre junho e agosto, de acordo com dados oficiais divulgados na quarta-feira. O ministro argumentou que sucessivos governos falharam na avaliação sobre como a imigração elevou a população. De acordo com estimativas, em 50 anos o país pode se tornar o mais populoso da UE depois de Malta. Até agora, os trabalhistas preferiram evitar a discussão sobre uma "política populacional", concentrando-se na ênfase aos benefícios econômicos de uma "imigração controlada". A longo prazo, o ministro quer equilibrar os números de imigrantes com os de nascimentos e emigrantes.