Londres O Reino Unido entrou em alerta após a explosão de uma carta-bomba a sétima em três semanas que feriu quatro funcionárias da Autoridade de Licenciamento de Motoristas e Veículos, no País de Gales.
Foi o terceiro ataque seguido, nos últimos três dias, a empresas ligadas ao controle de tráfego britânico. Ontem, o alvo foi uma firma que fornece radares de velocidade e, na segunda-feira, a empresa que administra a taxa de congestionamento de Londres.
Os incidentes começaram no dia 18 de janeiro, quando três empresas de testes científicos, na Inglaterra, receberam cartas-bomba remetidas, segundo suspeita a polícia, por ativistas de direitos dos animais.
O outro alvo, atingido no sábado passado, foi uma residência que servia de endereço para uma empresa de segurança já fechada. No total, nove pessoas tiveram ferimentos leves.
A Scotland Yard emitiu um comunicado pedindo à população que "permaneça vigilante ao lidar com itens recebidos pelo correio'' e que relate qualquer incidente suspeito.
Anton Setchell, coordenador nacional para o extremismo doméstico, que investiga os sete ataques, disse que as cartas não pretendiam matar, mas "assustar e causar ferimentos leves''. "Elas não continham explosivos convencionais, eram apenas pequenos mecanismos pirotécnicos'', disse Setchell.
O investigador também afirmou que as cartas não eram endereçadas a pessoas específicas, mas aos ocupantes de determinados cargos nas empresas. Todos os embrulhos eram grossos, do tipo especial para portar materiais pesados, e foram ativados quando abertos, por dispositivos internos.
Setchell disse que nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas que a polícia trabalha "com algumas linhas prioritárias de investigação'', focando em grupos ligados à defesa dos animais e manifestantes contra o sistema de controle de tráfego.
As cartas-bomba enviadas em janeiro para os três laboratórios ingleses tinham no remetente o nome de Barry Horne, célebre ativista pró-animais que morreu em uma greve de fome na prisão, em 2001.
Quanto aos ataques às empresas ligadas ao trânsito, eles acontecem duas semanas antes da ampliação da área em que é cobrada a taxa de congestionamento, destinada a diminuir o fluxo de veículos em zonas movimentadas de Londres.
O único dos sete incidentes ainda sem conexões evidentes com algum dos outros é o que atingiu a residência do diretor de segurança Mike Wingfield, 53, no sábado passado.
Wingfield afirmou ter recebido um embrulho endereçado ao "diretor-geral'' da empresa de segurança que sediava em sua casa. Ao abri-lo, houve um estouro e pedaços de vidro o feriram nas mãos e no abdômen.