O governo do Reino Unido, do premier conservador David Cameron, anunciou ontem uma limitação temporária do número de permissões de entrada no país concedidas a trabalhadores qualificados originários de nações que não sejam membros da União Europeia (UE). A ação ocorre antes da introdução de um limite permanente, previsto para vigorar a partir de abril de 2011.
A ministra do Interior, Theresa May, disse que as medidas são as primeiras de uma série que será implementada para controlar a imigração ao país que, segundo ela, atingiu números muito altos durante o governo trabalhista (1997-2010).
Apesar de os imigrantes qualificados beneficiarem a economia britânica, May ponderou que a imigração descontrolada "não foi uma boa coisa e costuma gerar pressão sobre os custos dos serviços públicos. "O que temos como objetivo é de fato reduzir a imigração das centenas de milhares de pessoas que ela atingiu sob os trabalhistas para as dezenas de milhares de antes, disse May em entrevista à rádio BBC. A limitação, que entrará em vigor no próximo mês, limitará em 24.100 o número de trabalhadores qualificados vindos de fora da UE. O número é 5% menor do que o total que entrou no país em 2009.
Alvo
A ministra explicou que a limitação temporária é necessária para garantir que "não tenhamos uma corrida de pessoas tentando vir para o Reino Unido antes de o limite permanente ser anunciado, o que ocorrerá após três meses de negociações com o setor empresarial.
O alvo do novo governo de coalizão entre conservadores e liberais-democratas que assumiu o poder após as eleições de maio são pessoas de fora da UE porque, de acordo com a ministra, elas representam a maior parcela dos que chegam ao país.
Dados do Ministério do Interior mostram que, entre outubro de 2008 e setembro de 2009, o Reino Unido recebeu, ao todo, 503 mil imigrantes. Desses, apenas 233 mil eram de países-membros da UE. O limite anunciado ontem não prevê restrições à chegada de estudantes nem a multinacionais que pretendam transferir seus profissionais ao país.
A medida recebeu críticas de empresários, que temem que as restrições dificultem contratações quando houver demanda por trabalhadores. Mas o ministro dos Negócios, Vince Cable, prometeu às empresas que o limite será aplicado de "forma flexível e de uma maneira que não prejudique a recuperação econômica do Reino Unido.
O Reino Unido, assim como as principais economias da Europa, ainda sofrem com a crise financeira.
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