Premiê Theresa May falou que já deve começar a discutir novos acordos comerciais| Foto: Greg Baker/AFP

Dois meses após o Reino Unido votar por sua saída da União Europeia, conhecida como “brexit”, políticos britânicos esboçaram nesta segunda-feira (5) alguns dos contornos desse controverso cenário futuro, ainda que borrados.

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A premiê Theresa May disse em sua viagem à China que se reunirá com seu gabinete para discutir acordos comerciais com outros países. Ela citou China, Índia, México, Coreia do Sul, Singapura e Austrália como nações interessadas em remover barreiras comerciais. O Brasil não estava na lista.

May disse que o Reino Unido manterá “algum controle” na migração de cidadãos europeus, o que pode significar que uma eventual restrição seria apenas parcial.

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Analistas interpretaram sua declaração, também, como sinal de que cidadãos europeus serão favorecidos no cenário da saída britânica.

Nigel Farage, ex-líder do separatista Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), afirmou que seria “inaceitável” dar prioridade aos cidadãos europeus.

Como anunciado na véspera, David Davis, ministro britânico responsável pelo “brexit”, apresentou ao Parlamento outros detalhes do processo de saída do bloco.

Ele afirmou que o Reino Unido deixará a União Europeia, mas não dará as costas ao continente. A saída será o resultado de um “consenso nacional”, e a cooperação com o bloco em assuntos de segurança será mantida.

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“Haverá novas liberdades, novas oportunidades, novos horizontes”, disse o ministro, que detalhou que sua pasta tem 180 funcionários em Londres e 120 em Bruxelas.

Otimismo

Britânicos votaram em 23 de junho para deixar o bloco econômico europeu. Desde então, ainda não se apresentaram propostas claras de como será a separação. Imagina-se que o artigo 50, que dá início à separação, só seja ativado em 2017. A partir de então, haverá um prazo de dois anos para a conclusão do “brexit”.

Uma pesquisa divulgada pela rede BBC mostrou que 62% dos britânicos estão otimistas com o futuro do Reino Unido após o “brexit”. Mas 46% deles acreditam que a reputação britânica foi prejudicada por essa decisão.

A ansiedade em torno do “brexit” não é apenas britânica. A comunidade internacional aguarda, atenta, as decisões sobre o evento.

O governo do Japão publicou, durante o final de semana, um relatório afirmando que a saída britânica pode levar instituições financeiras e empresas japonesas a abandonar o Reino Unido.

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