O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer| Foto: Chris J. Ratcliffe/Pool/EFE/EPA
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Em meio a uma crise de superlotação nas prisões, o Reino Unido libertou nesta terça-feira (10) 1,7 mil presos condenados por crimes considerados “leves”. Foram libertados detentos que já cumpriram pelo menos 40% de suas penas, excluindo aqueles condenados por crimes graves, como violência sexual, terrorismo e violência doméstica.

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A medida tomada nesta terça-feira é uma forma de “desafogar o sistema penitenciário”, informou o governo trabalhista de esquerda liderado pelo premiê Keir Starmer. Ela foi adotada após o número de presos em presídios da Inglaterra e do País de Gales atingir o recorde de 88.521 na semana passada, um aumento significativo impulsionado, em parte, segundo o governo, pelas prisões realizadas durante os protestos anti-imigração.

A liberação em massa dos presos tem gerado controvérsia, especialmente entre as vítimas dos crimes. Muitos não foram informados sobre a soltura antecipada de seus agressores, o que gerou críticas da Comissária para a Violência Doméstica, Nicole Jacobs, e da Comissária das Vítimas de Crimes, Helen Newlove. Ambas consideraram "lamentável" a falta de comunicação com as vítimas, alertando para os riscos que isso pode acarretar.

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O governo do Partido Trabalhista tem repetidamente justificado a medida como uma "ação emergencial" para evitar o “colapso do sistema judicial”. Charlie Taylor, o chefe do sistema prisional do Reino Unido, afirmou que o governo "não tinha outra escolha" a não ser começar a liberar parte dos detentos do país, comparando a situação com uma “banheira prestes a transbordar”. Ele, no entanto, alertou sobre o risco de reincidência, especialmente entre aqueles que saem sem um lugar para ir, e disse que, caso voltem a cometer crimes, “serão presos novamente”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]