O governo do Reino Unido negou neste sábado (22) que teria fechado um acordo com a Líbia para assegurar a libertação de Abdelbaset Ali Mohmet al-Megrahi, julgado culpado pelo atentado de Lockerbie, afirmou o secretário de Negócios, Peter Mandelson. "Absolutamente, não existe qualquer coisa sobre um acordo fechado ou nenhum acordo entre os governo a Líbia e do Reino Unido", disse Mandelson. Mandelson acrescentou que é ofensivo sugerir que qualquer acordo foi fechado em relação à única pessoa condenada pelas 270 mortes na explosão à bomba de um avião sobre a cidade escocesa de Lockerbie, em 1988.
"Não é só totalmente errado fazer esse tipo de sugestão, como também uma certa ofensa", observou. Mandelson confirmou que ele se encontrou em duas ocasiões com Seif al-Islam, filho do líder líbio Muammar Kadafi, e que o tema de al-Megrahi foi levantado. "Nas duas ocasiões, ele tocou no assunto do prisioneiro líbio na Escócia, assim como todos os representantes líbios fazem", disse Mandelson. "Eles receberam de mim a mesma resposta que receberiam de qualquer outro membro do governo - o de que o assunto sobre a libertação do prisioneiro era de inteira responsabilidade do ministro da Justiça escocês. Foi assim que foi feito e foi entendido assim também.
Seif al-Islam disse que a libertação de al-Megrahi teria ligações com acordos comerciais entre o Reino Unido e a Líbia, que tem extensas reservas de petróleo, muitas delas inexploradas. Al-Megrahi, que tem câncer na próstata em fase terminal, foi solto na quinta-feira de uma penitenciária na Escócia por "razões de compaixão" e viajou para a Líbia, onde foi recebido como um herói. Mandelson ecoou a crítica feita pelos EUA - país de origem de várias das vítimas do atentado - à recepção dada a al-Megrahi. "É insensível. Você só tem que pensar sobre o que se passa nas cabeças das famílias que perderam parentes nessa terrível tragédia", disse.