O governo do Reino Unido, liderado pelo Partido Conservador, negou neste sábado (16) que tenha ligações muito próximas com o império de mídia de Rupert Murdoch, atingido nos últimos dias por um escândalo sobre grampos telefônicos. Em anúncios de página inteira em jornais de todo o país, Murdoch pediu desculpas pelos grampos feitos por um de seus tabloides.
Registros do governo mostram que o primeiro-ministro, David Cameron, teve várias reuniões com executivos da imprensa no último ano, incluindo mais de 20 com funcionários de Murdoch. O filho do empresário, James, a ex-executiva-chefe Rebekah Brooks, e o ex-editor do tabloide News of The World, Andy Coulson, estiveram na residência do primeiro-ministro.
Mas o secretário de Relações Exteriores, William Hague, afirmou que não está envergonhado com a relação do governo com os executivos de Murdoch. "Não é uma surpresa que em um país democrático haja algum contato entre os líderes" e a imprensa, disse Hague à rede BBC. "Não estou envergonhado de nenhuma forma mas há algo errado aqui nesse país e isso precisa ser consertado", acrescentou. Na semana passada Cameron reconheceu que a relação entre políticos, imprensa e polícia no Reino Unido tem se tornado muito próxima e precisa mudar.
Coulson é uma das nove pessoas presas e interrogadas pela polícia sobre o que elas sabiam dos grampos telefônicos feitos pelo News of The World, o tabloide de 168 anos que foi fechado por Murdoch na semana passada, depois que a escala das atitudes ilegais ficou clara. Ninguém foi formalmente acusado. As informações são da Associated Press.
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