Sete pessoas no Reino Unido foram infectadas pela Escherichia coli (E.coli) e todos os casos estão relacionados à Alemanha, informaram hoje autoridades sanitárias. Três dos infectados são britânicos que recentemente viajaram para a Alemanha; os outros quatro são cidadãos alemães, declarou a Agência de Proteção Sanitária em um comunicado.
Dos sete casos relatados, três tiveram a síndrome hemolítico-urêmica (SHU) - uma doença que pode causar sérios danos ao fígado - e outros quatro sofreram diarreia sanguinolenta, de acordo com o órgão. "Todos (os casos) são suspeitos de estarem relacionados a este surto" de E.coli na Alemanha, segundo o comunicado. "Não há relatos de quaisquer infecções secundárias na Inglaterra." A bactéria que já matou 17 pessoas na Europa.
A maior parte das mortes provocadas pela bactéria aconteceu na Alemanha, onde autoridades sanitárias buscam desesperadamente a causa da doença, depois de culpar injustamente os pepinos espanhóis pelo surto. Dilys Morgan, especialista em doenças da Agência de Proteção Sanitária, informou que monitora a situação "muito cuidadosamente."
"Estamos trabalhando com autoridades na Alemanha e com colegas em toda a Europa para descobrir a causa do surto", afirmou Morgan. "Nós alertamos profissionais de saúde da situação e os aconselhamos a investigar urgentemente e relatar casos suspeitos com histórico de viagem para Alemanha."
A agência britânica pediu às pessoas em viagem pela Alemanha que evitem consumir tomates cru, pepinos e saladas de folhas, incluindo alface. Qualquer um que esteja retornando do país doente deve buscar cuidados médicos com urgência e mencionar o recente histórico da viagem, acrescentou o órgão.
Rússia
A Rússia proibiu hoje a importação de vegetais europeus, em resposta à crise, que já deixou centenas de pessoas doentes. A Espanha informou que exigirá indenização por ter sido injustamente culpada pelo surto de E.coli. Na semana passada, autoridades alemãs de Hamburgo, epicentro da doença, citaram os pepinos espanhóis como a origem da contaminação.
A Comissão Europeia informou hoje que exigirá que a Rússia explique sua decisão "desproporcional" de proibir a importação de verduras frescas de todos os países do bloco europeu, em virtude do escândalo da bactéria E.coli. "É desproporcional", afirmou Frederic Vincent, porta-voz de saúde para o braço executivo da União Europeia (UE), à agência France Press. "A comissão escreverá para autoridades russas para exigir uma explicação. Isso representa entre 3 e 4 bilhões de euros em produtos europeus exportados a cada ano", acrescentou.
