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Leste europeu

Rússia garante ao Reino Unido que não invadirá Ucrânia; EUA esperam ação “a qualquer momento”

Ministros da Defesa do Reino Unido e da Rússia, Ben Wallace e Serguei Shoigu, se reuniram nesta sexta-feira (Foto: EFE/EPA/Ministério da Defesa da Rússia)

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Enquanto os Estados Unidos destacaram nesta sexta-feira (11) que a Rússia pode invadir a Ucrânia até a próxima semana, o ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, afirmou que o governo russo, por intermédio do ministro da Defesa, Serguei Shoigu, e do chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, garantiu que isso não acontecerá.

“Ouvimos afirmações por parte do senhor Shoigu e do general Gerasimov de que não invadiriam a Ucrânia”, disse Wallace em entrevista coletiva na embaixada do Reino Unido na Rússia.

Wallace, que descreveu a reunião com o ministro russo como “construtiva e franca”, instou a liderança militar da Rússia “a dialogar como uma forma de resolver quaisquer preocupações que o governo russo possa ter”.

“Deixei claras as trágicas consequências que qualquer invasão da Ucrânia teria para todas as pessoas, tanto ucranianas como russas, e para a segurança da Europa”, enfatizou.

O ministro britânico ressaltou que o fato de a Rússia ter posicionado mais de 100 mil militares na fronteira ucraniana e realizar manobras com Belarus a poucos quilômetros da Ucrânia permite que Moscou ataque o país vizinho “a qualquer momento”.

“Obviamente, esta magnitude de forças dá a eles a capacidade de realizar uma vasta gama de ações, incluindo uma invasão a um país vizinho a qualquer momento”, analisou.

Segundo Wallace, “talvez devido ao estado de preparação para o combate por causa das manobras em atividade em Belarus, fica claro que é uma opção que essas forças têm”.

“Deixamos bem claro na Otan que uma invasão teria consequências trágicas e estou aqui, por exemplo, para procurar uma forma de desanuviar esta tensão”, declarou.

“Ouvi claramente do governo russo que não há nenhuma intenção de invadir a Ucrânia e também ouvi algumas das suas preocupações. Pensamos, como indica a resposta da Otan à proposta russa de um tratado (sobre garantias de segurança) em dezembro, que estas preocupações podem ser abordadas através de uma série de medidas”, opinou.

Nas palavras do ministro britânico, estas seriam “medidas de confiança, melhor transparência, inspeções, continuação dos tratados existentes”, mas “deixando claro que existe um direito inerente de todas as partes à segurança e de poderem escolher livremente as suas alianças”.

Wallace transmitiu a Shoigu que a aliança atlântica é uma organização defensiva e não quer atacar ninguém, em resposta à exigência da Rússia de que a organização não se expanda mais para o leste e não utilize armas ofensivas perto das suas fronteiras.

O ministro britânico, que observou que as relações com a Rússia estão em 0%, disse que neste momento, “com 100 mil soldados preparados para o combate na fronteira de outro país, é extremamente importante que não haja erros de cálculo ou escaladas”.

“Só através de uma relação e da capacidade de dialogar em tempos difíceis é que podemos preparar o caminho para medidas de desescalonamento”, argumentou.

EUA acreditam que invasão ocorrerá antes do fim dos Jogos de Inverno

Antes, o secretário de Estados dos Estados Unidos, Antony Blinken, havia feito um alerta sobre a Rússia invadir a Ucrânia “a qualquer momento, inclusive, durante os Jogos Olímpicos de Inverno”, que estão acontecendo em Pequim até o próximo dia 20.

O integrante do governo presidido por Joe Biden deu as declarações em Melbourne, após se reunir representantes da Índia, Japão e Austrália, durante encontro da aliança de defesa do Quad. Blinken disse que todos os cidadãos que estão no território ucraniano “deveriam ir embora”, devido ao risco de um conflito.

“Há sinais de uma escalada russa. Estamos em uma janela em que a invasão pode começar a qualquer momento”, disse o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, que insistiu que o país e aliados apostam “fortemente" no diálogo”.

Blinken alertou que também há trabalho em medidas de dissuasão e defesa e que Moscou enfrentará “consequências massivas” se optar pela invasão da Ucrânia, incluindo sanções econômicas, limitações às exportações e um aumento das capacidades militares do país vizinho e da Otan.

Além disso, o secretário de Defesa destacou a importância de apoiar Kiev na defesa “da integridade territorial” e “da soberania”.

Neste sentido, alertou que a a tensão fronteiriça, com a ameaça de 100 mil militares russos e as manobras militares em Belarus, podem abrir um perigoso precedente em outras regiões, como o Indo-Pacífico.

Blinken participou de reunião da aliança de defesa Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad), junto com os ministros das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e da Austrália, Marise Payne.

Os membros do grupo, criado em 2007, mas que estava inativo há anos, também concordaram sobre temas como a “coerção” internacional de governos “autocráticos” na região, sem mencionar a China, assim como sobre a mudança climática e as vacinas contra a Covid-19, entre outros.

Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, reiterou a orientação para que cidadãos americanos deixem a Ucrânia, já que uma invasão russa “provavelmente começará com bombardeios aéreos e ataques com mísseis que obviamente podem matar civis sem levar em conta sua nacionalidade”.

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