A mudança do sistema eleitoral da Grã-Bretanha, que polariza há décadas o cenário político entre conservadores e trabalhistas, deve ser rejeitada hoje pelos britânicos. Pesquisa realizada pelo instituto ICM e pelo jornal The Guardian indica que 32% dos eleitores apoiam a alteração, enquanto 68% preferem manter a legislação atual. Grande defensor da medida, o Partido Liberal Democrata, do vice-premiê Nick Clegg, deve sair enfraquecido, um ano depois de sua ascensão ao poder.
A sondagem indica o fracasso da campanha pelo chamado "voto alternativo" (AV, na sigla em inglês), que em um mês viu o respaldo ao atual sistema aumentar 20 pontos porcentuais. Cerca de 46 milhões de eleitores devem comparecer às urnas hoje.
Pelo sistema atual, chamado "First Past the Post" ("o primeiro a passar a linha", em tradução livre, em referência às corridas de turfe), o eleitor vota em seu candidato preferido em cada distrito do país. Aquele com maior número de votos - seja com 25% ou com 75% do total - torna-se o representante da localidade no Parlamento.
Se aprovado, o AV obrigará o eleitor a fazer uma lista de candidatos, do preferido até o mais rejeitado. O ranking seria usado toda vez que um candidato não obtiver o mínimo de 50% dos votos, introduzindo a proporcionalidade na eleição. Em tese, a regra beneficia partidos de menor expressão, como o de Clegg e os verdes.
Prestes a completar um ano no cargo, o primeiro-ministro, David Cameron, é o principal cabo eleitoral do "Não". Ele definiu a reforma como "sistema obscuro, injusto e caro". Já o Partido Trabalhista se mostra dividido. O novo líder da sigla, Ed Miliband, defende a proposta, mas não obteve unanimidade.
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