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Estados Unidos

Relação com Islã, inteligência, viagens: o que mudou depois do 11 de setembro

Centro de Manhattan direciona luzes para o céu, num memorial às vítimas dos ataques terroristas de 11 de setembro, na véspera do 20.º aniversário dos ataques. (Foto: JASON SZENES/EFE)

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Há 20 anos terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro voos comerciais e os derrubaram. Dois deles atingiram as chamadas Torres Gêmeas em Nova York, um dos prédios mais icônicos dos Estados Unidos de então. Outro caiu no Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e o último acabou caindo num campo do estado da Pensilvânia.

Cerca de 3 mil pessoas morreram na manhã do dia 11 de setembro de 2001. Essa foi a maior agressão que os Estados Unidos sofreram de um inimigo externo em seu próprio território na sua história. Um ataque terrorista que colocou o país numa longa guerra cujos últimos capítulos assistimos recentemente com a saída do exército americano do Afeganistão.

A resposta ao terrorismo internacional alterou muita coisa na política e na sociedade mundial nestes 20 anos. Listamos aqui as principais:

Relação do Ocidente com o Islã

A relação dos países ocidentais com os países de maioria muçulmana alterou-se profundamente. Estes países não eram mais cenário de guerras longínquas como na Guerra do Golfo, de repente tornaram-se mais próximos.

A chamada “guerra contra o terror” promovida pelos Estados Unidos colocou o país e seus aliados da OTAN em confrontos em vários países como Iraque e Afeganistão, e o terrorismo continuou.

Atentados de menor proporção, mas não menos chocantes, apareceram em outros países como no Metrô de Madri, em 2004. E, mais recentemente, na França, em 2015 em Paris, na orla de Nice em 2016 e vários outros por toda a Europa.

Esses eventos também fizeram crescer a desconfiança contra muçulmanos dentro dos países ocidentais. Nos EUA, por exemplo, o Washington Post aponta que os crimes de ódio contra muçulmanos americanos passaram de segundo menor para o segundo mais alto entre os incidentes de preconceito religioso durante esses 20 anos.

Crescimento de agências de inteligência

A CIA, agência de inteligência americana, que estava um pouco esquecida após a queda do Muro de Berlim em 1989, cresceu novamente após 2001. De acordo com Joseph Wippl , professor de prática de relações internacionais da Universidade de Boston: "A partir do 11 de setembro, a CIA se tornou mais do que nunca uma agência de ação secreta."

"Houve apoio quase universal de três presidentes e do Congresso [para isso]. A ação secreta da CIA tornou-se a terceira opção do governo dos Estados Unidos entre não fazer nada contra os terroristas ou enviar dezenas de milhares de militares americanos para lutar no Oriente Médio ou na Ásia Central", acrescentou ele.

Além disso, em 2002, foi criada o Homeland Security Department, departamento do Estado americano responsável por coletar informações e evitar incidentes domésticos.

Também as informações entre as diversas instâncias de segurança dos Estados Unidos começaram a ser trocadas com mais frequência. Antes, as informações era solicitadas caso a caso.

Viagens

A maior mudança, entretanto, foi no setor de aviação. Diretamente implicado nos atentados, as medidas de segurança aumentaram drasticamente.

Antes, por exemplo, era possível que passageiros fossem autorizados a visitar a cabine de pilotos. Hoje, além de proibirem a prática as portas das cabines foram blindadas.

Também as máquinas de raio-x ficaram mais avançadas, com equipamentos de corpo inteiro que verificam através da roupa dos passageiros. Aparelhos para detecção eletrônica de explosivos e utilização de cães farejadores ficaram mais comuns e as revistas mais detalhadas, incluindo os sapatos.

Até garrafas de água ou desodorantes podem ser barrados hoje em dia, depois que o serviço secreto do Reino Unido prendeu um grupo terrorista que pretendia formar um explosivo a partir da combinação de líquidos diferentes.

O Washington Post reportou que os temores com a segurança dos voos fizeram o setor de aviação civil levar quase três anos para se recuperar e superar o número de passageiros antes do 11 de Setembro.

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