A Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou nesta quarta-feira (5) que o Vaticano "remova imediatamente" todos os clérigos conhecidos ou suspeitos de abuso infantil e os conduza às autoridades civis, em um relatório de contundência sem precedentes.
Os especialistas da ONU para os direitos das crianças disseram que a Santa Sé deve também entregar seus registros sobre o abuso sexual de dezenas de milhares de crianças para que os culpados, assim como "aqueles que ocultaram seus crimes", possam ser condenados.
O texto excepcionalmente duro do comitê - a mais ampla crítica à hierarquia da Igreja já feita pela ONU - foi divulgado após o interrogatório público que conduziu com autoridades do Vaticano no mês passado.
"O comitê está gravemente preocupado que a Santa Sé não tenha reconhecido a extensão dos crimes cometidos, não tenha tomado as medidas necessárias para lidar com os casos de abuso sexual de crianças, e tenha adotado políticas e práticas que levaram à continuação do abuso e à impunidade dos responsáveis", disse o relatório.
O comitê da ONU sobre os Direitos das Crianças disse que a Igreja Católica ainda não tomou medidas para prevenir a repetição de casos tais como o escândalo das lavanderias Magdalene, na Irlanda, onde meninas foram arbitrariamente colocadas em condições de trabalho forçado.
Vaticano promete proteger crianças, mas diz que ONU interfere em seus ensinamentos
O Vaticano, em resposta ao relatório, disse nesta que a Igreja Católica Romana está comprometida em "defender e proteger os direitos das crianças".
O comunicado afirma que o Vaticano vai submeter o relatório da ONU a "estudos e exames", mas também diz que a entidade mundial está interferindo em ensinamentos morais católicos, porque o documento critica as posições da Igreja sobre homossexualidade, contracepção e aborto.
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