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A servidora Sue Gray divulgou nesta quarta-feira (25) o esperado relatório da sua investigação sobre eventos e festas com participação de membros do governo britânico, incluindo o primeiro-ministro Boris Johnson, durante lockdowns no Reino Unido que proibiam comemorações desse tipo no país.
No documento de 37 páginas, Gray afirmou que a liderança política e oficial do país “deve assumir a responsabilidade” por uma cultura de desrespeito a leis e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
A servidora apontou que funcionários do governo britânico participaram de uma festa (alguns até depois das 4 horas da madrugada) na véspera do funeral do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth, no ano passado.
Em junho de 2020, houve outra festa com “consumo excessivo de álcool por alguns indivíduos. Um indivíduo passou mal. Houve uma pequena altercação entre outros dois indivíduos”. Numa comemoração no Natal de 2020, funcionários foram instruídos a sair pela porta dos fundos da residência oficial do premiê em Downing Street, Londres, para evitar que a imprensa fizesse imagens.
Gray também apontou “múltiplos exemplos de falta de respeito e mau tratamento às equipes de segurança e limpeza”.
“Muitos desses eventos não deveriam ter acontecido. O que ocorreu é que alguns dos funcionários mais jovens acreditaram que sua participação em alguns desses eventos era permitida devido à presença de líderes experientes. A liderança central, tanto política quanto oficial, deve assumir a responsabilidade por essa cultura”, concluiu a servidora.
Após a divulgação do relatório, Johnson alegou que já havia adotado as recomendações feitas por Gray e negou novamente que vai renunciar por causa do escândalo, apelidado de Partygate.
A Polícia Metropolitana, que também investigou o caso, havia imposto antes 126 multas para 83 pessoas diferentes, abrangendo todos os 12 eventos investigados. Johnson teria participado de ao menos seis deles.
Ele e sua esposa, Carrie, foram notificados em abril por terem comparecido a uma festa de aniversário do primeiro-ministro em Downing Street em junho de 2020. Johnson pediu desculpas e disse já ter pago a multa, no valor de 50 libras (pouco mais de R$ 300).
