Os dois principais parlamentares de um comitê de inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos disseram neste domingo (19) que documentos do Departamento de Justiça norte-americano e do FBI entregues na semana passada não trouxeram evidências de que o governo do ex-presidente Barack Obama grampeou telefones da Trump Tower.
O material, disseram eles, oferece evidências circunstanciais de que cidadãos norte-americanos participaram de esforços da Rússia para interferir nas eleições presidenciais.
“Houve evidências circunstanciais de conluio e há evidência direta, eu acredito, de fraude”, afirmou o deputado democrata Adam Schiff. “Há certamente o suficiente para que sigamos com uma investigação”, acrescentou.
O comitê de inteligência da Câmara deve começar a ouvir relatos na segunda-feira (20) sobre o papel da Rússia em quebras de segurança nos sistemas do partido Democrata. Também deve se ouvir relatos sobre a alegação sem provas feita por Trump de que seu antecessor autorizou um grampo contra ele. O diretor do FBI, James Comey, e o diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês), Mike Rogers, devem testemunhar.
Oficiais de inteligência afirmaram que a Rússia estava por trás do roubo de e-mails do partido Democrata. O governo dos Estados Unidos concluiu mais tarde que o governo russo comandou a ação hacker em uma tentativa de influenciar o resultado das eleições presidenciais.
“Pela primeira vez o povo americano está prestando atenção à ameaça que a Rússia representa”, disse o chefe do comitê da Câmara, o republicano Devin Nunes. “Sabemos que os russos estão tentando se envolver em nossa campanha, como fazem há muitas décadas”, disse. “Eles também estão tentando se envolver em campanhas ao redor do mundo e na Europa”, acrescentou.
Nunes afirmou ainda que o comitê vai investigar se os russos estavam tentando semear dúvida sobre processo eleitoral norte-americano ou se eles estavam tentando ajudar Trump a ser eleito para a Casa Branca.
Trump insistiu repetidamente na semana passada que o ex-presidente Obama tinha colocado a Trump Tower sobre vigilância. Ele ainda alega, sem provas, que a inteligência do Reino Unido conduziu a investigação a pedido de Obama, o que os britânicos negam.
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