A Christian Solidarity Worldwide (CSW), uma organização britânica de direitos humanos que trabalha em prol da liberdade religiosa, divulgou este mês o relatório “A Erradicação de Vozes Independentes na Nicarágua”, que tem como um dos focos a perseguição a cristãos no país centro-americano em 2024.
O documento apontou que, além do cancelamento arbitrário de eventos, atividades ou serviços religiosos, como procissões fora das igrejas, o regime de Daniel Ortega prendeu padres e pastores – “em alguns casos como punição pelo conteúdo de suas pregações ou orações, o que incluiu orar ou mencionar pessoas na prisão, ou pela situação na Nicarágua, Israel ou Venezuela”.
Entre os casos citados pela organização britânica, esteve a prisão de um casal de pastores pela Polícia Nacional (PN) da Nicarágua, que foi levado para uma prisão de segurança máxima, onde foram separados e interrogados.
“Ambos foram submetidos a tratamento desumano, incluindo no caso da esposa, de natureza sexual. A PN disse a eles que sua detenção foi consequência de terem orado pela Nicarágua e por Israel em seus serviços religiosos. Após sua libertação, sua igreja foi fechada à força, e eles foram proibidos de se envolver em quaisquer atividades de natureza religiosa”, afirmou o relatório da CSW.
Na parte do documento em que denunciou o cancelamento do status jurídico de organizações ligadas à Igreja Católica e protestantes, a CSW mencionou um episódio ocorrido no segundo semestre.
“No fim de semana de 16 de agosto, a Aliança Evangélica da Nicarágua (AEN) realizou seu Festival da Família anual no estádio esportivo Alexis Arguello em Manágua com o apoio da Associação Evangelística Billy Graham e a participação de várias celebridades cristãs. Um mês depois, a AEN foi destituída de seu status legal junto com 169 outras organizações independentes da sociedade civil”, relatou a CSW.
A organização britânica pediu no relatório que a ditadura da Nicarágua liberte religiosos e presos políticos que seguem detidos e restaure a cidadania dos que foram expulsos do país.
Também recomendou a órgãos da ONU que monitorem e intercedam por pessoas perseguidas na Nicarágua devido ao simples exercício da sua liberdade religiosa e que os Estados Unidos e a União Europeia ampliem sanções contra agentes da ditadura de Ortega e atendam mais pedidos de asilo de vítimas do regime nicaraguense.
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