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OEA

Relatório denuncia padrão de acobertamento dos crimes contra a humanidade na Venezuela

O ditador Nicolás Maduro: especialistas da OEA pediram que TPI avance investigações na Venezuela para responsabilizar “pessoas específicas” (Foto: EFE/Miguel Gutiérrez)

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Um grupo de especialistas da Organização dos Estados Americanos (OEA) apresentou nesta sexta-feira (3) em Washington um relatório que mostra como a ditadura da Venezuela acoberta crimes contra a humanidade.

O painel pediu que o Tribunal Penal Internacional (TPI) investigue “pessoas específicas” no país para que sejam emitidas ordens de prisão.

A apresentação transmitida online detalhou que, numa amostra de 183 casos de violações de direitos humanos ocorridos na Venezuela desde 2014, como assassinatos, torturas e perseguições políticas, apenas 12 foram a julgamento, uma porcentagem de 6%.

De 76 casos de assassinatos ocorridos em Caracas e Carabobo desde 2014 analisados pelo painel, 84,2% permanecem sob investigação.

Em 1,5 mil episódios de tortura relatados desde 2014, nenhuma medida foi tomada em 83% dos casos.

Para os especialistas, essa negligência indica um padrão claro de acobertamento de crimes contra a humanidade praticados na Venezuela.

“A brecha de impunidade que existe na Venezuela facilitou, em geral, a prática contínua de crimes contra a humanidade e, em particular, de crimes de perseguição e prisão, especialmente contra qualquer pessoa que seja considerada um dissidente político, intensificando assim a interferência e a repressão eleitorais às vésperas das eleições venezuelanas de 2024”, destacou o relatório.

Os especialistas recomendaram que o TPI, que tem uma investigação aberta contra a Venezuela e cujo procurador-chefe, Karim Khan, esteve em Caracas em abril, acelere a responsabilização por crimes contra a humanidade cometidos no país.

“A recomendação do painel é que o gabinete do procurador do TPI se envolva urgentemente de forma mais profunda para analisar a natureza destes crimes relatados, que abra investigações contra pessoas específicas e que faça avançar estes casos perante o tribunal para ordens de prisão”, disse Joanna Frivet, membro do painel da OEA.

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