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Estados Unidos

Relatório do Congresso contra Matt Gaetz aponta má conduta sexual e uso de drogas

Comitê da Câmara dos EUA vota para divulgar relatório sobre suposta conduta controversa de Gaetz
O ex-deputado Matt Gaetz desistiu de buscar a confirmação para o DOJ no Congresso americano (Foto: EFE/EPA/DIEU-NIALO CHERY)

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Um relatório do Congresso dos Estados Unidos sobre o ex-congressista Matt Gaetz, indicado pelo presidente eleito Donald Trump para ser procurador-geral do país em seu segundo mandato, afirma ter encontrado evidências de conduta sexual inadequada e uso de drogas.

O Comitê de Ética da Câmara dos Representantes investigou pagamentos de dezenas de milhares de dólares que Gaetz, do Partido Republicano, fez pessoalmente a mais de dez mulheres durante seu período no Congresso, muitas vezes usando os aplicativos PayPal e Venmo, e também se concentrou em uma viagem em 2018 para as Bahamas, classificada por uma mulher como um pagamento em troca de sexo.

O esboço final do relatório, obtido pela rede de TV CNN e outros veículos de imprensa americanos, conclui que um dos atos sexuais envolveu uma jovem de 17 anos, que disse ao comitê que dormiu com Gaetz duas vezes em uma festa em julho de 2017, quando ela era menor de idade.

O comitê concordou em 18 de dezembro em tornar públicas suas conclusões, apesar de ter votado contra essa divulgação no passado.

O texto divulgado pela imprensa americana nesta segunda-feira (23) observa que há evidências substanciais de que Gaetz violou as regras da Câmara e outros padrões de conduta “proibindo prostituição, estupro, uso de drogas ilícitas, presentes inadmissíveis, favores ou privilégios especiais e obstrução parlamentar”.

Após a notícia ser veiculada, Gaetz entrou com uma denúncia nesta segunda-feira no Distrito de Colúmbia contra o comitê para impedir a divulgação do relatório, alegando que a cobertura da imprensa seria “imediata e generalizada”.

O comitê concluiu que ele violou as leis do estado da Flórida, mas não que deixou de cumprir a legislação federal sobre tráfico sexual.

“Embora ele tenha feito com que as mulheres fossem transportadas através das divisas do estado para fins de sexo comercial, não houve evidência de que qualquer uma dessas mulheres fosse menor de 18 anos no momento da viagem, nem evidência suficiente para concluir que os atos de sexo comercial foram induzidos por força, fraude ou coerção”, afirma o texto divulgado pela imprensa americana.

Para a elaboração do relatório foram ouvidas mais de cinco testemunhas que participaram de festas, viagens e eventos com Gaetz entre 2017 e 2020. “Quase todas as mulheres entrevistadas confirmaram que foram pagas para fazer sexo por Gaetz ou em nome dele”, diz o relatório.

A jovem de 17 anos citada disse que não contou sua idade e que o agora ex-congressista também não perguntou sobre ela. O comitê disse que não recebeu nenhuma evidência de que Gaetz estava ciente de que ela era menor de idade.

No esboço consta que, entre 2017 e 2019, o ex-congressista usou ou estava em posse de drogas ilegais, incluindo cocaína e ecstasy, em várias ocasiões.

A investigação do comitê começou em 2021, mas foi suspensa quando o Departamento de Justiça lançou uma investigação à parte, que em junho decidiu não indiciá-lo por nenhuma suspeita. Assim que o inquérito federal foi encerrado, o outro foi retomado.

Gaetz renunciou em novembro à sua cadeira na Câmara e à sua indicação para ser procurador-geral no segundo mandato presidencial de Trump quando soube que não receberia aval do Senado para ser confirmado no novo cargo.

Conteúdo editado por: Isabella de Paula

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