São Paulo Um novo relatório da Estimativa Nacional de Inteligência sobre o Iraque (NIE) divulgado ontem aponta que o governo iraquiano, liderado pelo premier Nouri al Maliki, continua "incapaz de governar a si mesmo" e é prejudicado pela ausência de uma "liderança forte".
"Líderes políticos iraquianos continuam incapazes de governar efetivamente", diz o documento de dez páginas. De acordo com a estimativa, o governo iraquiano deve enfrentar ainda mais dificuldades nos próximos 6 a 12 meses, devido a "críticas sofridas por membros de partidos xiitas, figuras religiosas como o aiatolá Ali al Sistani, e facções sunitas e curdas".
De acordo com os analistas, a violência no país se mantém "alta" e os diferentes grupos sectários permanecem "sem reconciliação", enquanto a rede Al-Qaeda no Iraque continua sendo capaz de realizar ataques de grande proporção, apesar dos esforços do governo.
O relatório que é resultado do trabalho conjunto de 16 agências de inteligência também expressa profundas dúvidas de que o governo de Maliki possa deter as divisões sectárias e promover as medidas necessárias para uma união política.
"As tensões da situação da segurança e a ausência de líderes fortes instalaram debates políticos, atrasando a tomada de decisões e aumentando a vulnerabilidade de Maliki".
No entanto, de acordo com o NIE, afastar o premier do cargo como defendem alguns críticos da administração xiita no Iraque e nos EUA poderia "paralisar" o governo iraquiano.
O documento diz ainda que as forças de segurança iraquianas têm agido de maneira "adequada" ao lado das forças americanas no país. No entanto, elas não teriam progredido o suficiente para conduzir operações sem a ajuda das forças de coalizão e americanas.
O relatório pode dar força ao argumento defendido pelo governo de Bush, que alega que as forças de coalizão precisam permanecer no Iraque para evitar um vácuo na segurança.