A Aviação Civil Iraniana informou em relatório inicial nesta quinta-feira, 9, que o avião que fazia o voo PS 752 da Ukrainian Airlines estava pegando fogo antes de cair no Irã. O relatório, que cita testemunhas, também aponta que, no momento na queda que vitimou 176 pessoas, a aeronave tentava voltar para o aeroporto de Teerã, de onde havia saído minutos antes.
De acordo com a rede britânica BBC, uma sondagem inicial aponta que a aeronave estava com problemas antes de sair da zona do aeroporto. O acidente aconteceu poucas horas depois do Irã ter atacado com mísseis duas bases que abrigavam forças americanas no Iraque. Embora não haja evidência de ligação entre os dois eventos, o secretário do conselho de segurança da Ucrânia, Oleksiy Danylov, informou à emissora nessa quinta-feira que investigadores irão procurar por detrito de míssil no local do acidente.
No início da manhã de ontem, logo após a queda da aeronave, a embaixada da Ucrânia em Teerã divulgou nota onde dizia que o acidente havia sido causado por falha no motor. Logo em seguida, retirou a declaração, ressaltando que investigações seriam necessárias. "De acordo com as informações preliminares, o avião caiu como resultado de uma falha no motor por razões técnicas. Neste momento, a versão de um ataque terrorista está descartada", dizia o texto publicado inicialmente no site do Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia.
Em meio à tensão dos ataques americanos e israelenses no Oriente Médio, o chefe da Organização de Aviação Civil de Teerã declarou que não iria entregar a americanos as caixas-pretas, mas que permitiria que autoridades da Ucrânia participassem das investigações.
A maioria das vítimas do acidente era de iranianos e canadenses. Entre passageiros e tripulação, morreram 82 iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três britânicos e três alemães. Das vítimas, 15 eram crianças.
Várias companhias aéreas anunciaram o cancelamento de voos sobre os territórios do Irã e do Iraque desde a escalada do conflito no Oriente Médio, entre elas Lufthansa, Emirates, Flydubai, Air France-KLM, China Airlines e Norwegian. Foram anunciados redirecionamentos de rotas de voos da Vietnam Airlines, Singapore Airlines, Malaysia Airlines, Turkish Airlines, British Airways e Qantas Airways. A administração de aviação dos EUA, a FAA, proibiu aeronaves de empresas americanas ou registradas no país de sobrevoarem Irã, Iraque, Golfo Pérsico e Golfo de Omã. Não há voos operados por empresas brasileiras que passem sobre o território.